A nomeação de Alexandre Ramagem para a diretoria-geral da Polícia Federal foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão provisória, ou seja, em caráter liminar, é resultado de uma ação movida pelo PDT.
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O novo diretor-geral da Polícia Federal foi nomeado em meio a diversas polêmicas após a saída de Sérgio Moro, do Ministério da Justiça, e de Maurício Valeixo, da diretoria-geral da PF. Ramagem foi indicado por Jair Bolsonaro e a indicação teve fortes críticas por o novo escolhido ser amigo da família do presidente.
Diante de todo o exposto, nos termos do artigo 7º, inciso III da Lei 12.016/2016, DEFIRO A MEDIDA LIMINAR para suspender a eficácia do Decreto de 27/4/2020 (DOU de 28/4/2020, Seção 2, p. 1) no que se refere à nomeação e posse de Alexandre Ramagem Rodrigues para o cargo de Diretor-Geral da Polícia Federaldiz trecho do despacho de Moraes.
Em sua saída do ministério, Sergio Moro relatou que tomou a decisão por não concordar com a troca do comando da PF. Em entrevista coletiva, Moro disse que o presidente queria ter contato com o diretor da polícia, o que para ele revelaria interferência política na instituição. Na decisão em que suspendeu a nomeação, Moraes cita as alegações de Moro, e afirma que, em tese pode ter ocorrido desvio de finalidade na escolha de Ramagem.
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Em reportagem, a Folha de S. Paulo divulgou que, em inquérito sigiloso conduzido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a PF identificou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente, como um dos articuladores de um esquema criminoso de fake news.
Ramagem era diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e é homem de confiança do presidente e de seus filhos. Delegado de carreira da Polícia Federal, o delegado se aproximou da família Bolsonaro durante a campanha de 2018, quando comandou a segurança do então candidato a presidente.
Carlos Bolsonaro é um dos seus principais fiadores e esteve diretamente à frente da decisão que o levou ao comando da agência de inteligência em junho passado. O aval do "filho 02" foi conquistado durante a crise política que levou à saída do então ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Santos Cruz. Ramagem atuava como assessor especial da pasta e se manteve fiel à família. Santos Cruz caiu após ataques do chamado "gabinete do ódio" comandado por Carlos.
Neste domingo (26), o presidente respondeu a uma seguidora nas redes sociais que questionou a relação de amizade de Ramagem com os filhos. "E daí? Antes de conhecer meus filhos eu conheci o Ramagem. Por isso, deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem?", escreveu Bolsonaro.
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