No último dia de trabalho antes do recesso no Judiciário, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve receber a documentação dos acordos de delação premiada de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. O material será encaminhado ao ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no STF. Somente o ministro, assessores e juízes da equipe dele terão acesso ao conteúdo — mais de 800 depoimentos —, que ficará trancado em uma sala no terceiro andar do Supremo. As informações são do portal G1.

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No meio político, a delação da Odebrecht, acertada no início deste mês, é tida como a de maior potencial para provocar impacto nas investigações. Os executivos da empresa, que foram ouvidos individualmente nos últimos dias, teriam citado cerca de 200 nomes de políticos de diversos partidos.

Como a documentação será levada no último dia antes do recesso, Teori tentará o possível para, ainda na segunda-feira, viabilizar um esquema que permita a ele ter condições de analisar o material em fevereiro, para que possa decidir nos primeiros dias se homologa ou não os acordos. O ministro quer que juízes auxiliares, durante o mês de janeiro, analisem e cataloguem tudo e, principalmente, ouçam os 77 ex-executivos da Odebrecht, na presença dos advogados, e sem a participação dos procuradores, para que eles confirmem se falaram por livre e espontânea vontade.

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Os novos depoimentos são uma exigência da lei que instituiu a delação premiada e que o ministro tem seguido em todas as homologações. Nesta fase, Teori, como manda a lei, não analisa o conteúdo dos depoimentos, mas verifica os aspectos formais dos acordos: se foi respeitado o direito de defesa, se a redução de pena prometida está conforme a lei e se não houve coação de nenhum tipo para que os delatores aceitassem falar.