A proposta sensata do ministro Luís Roberto Barroso devolveu para a política um assunto que deveria ter sido resolvido na mesa de negociação. Em especial por culpa do Ministério da Fazenda, nunca houve diálogo, e sim imposição sobre os termos da renegociação da dívida com os Estados. Santa Catarina e Rio Grande do Sul uniram forças com a tese de que juros simples e não compostos deveriam ser usados no cálculo da renegociação. A solução apresentada pelo STF, de suspensão por 60 dias para que os dois lados encontrem uma solução, não é corriqueira. Mas já foi usada em casos que envolvem questões federativas e de impacto fiscal. Afinal, o grande interessado é quem paga a conta: o contribuinte. Para os governadores, uma melhor solução do que perder a causa e voltar à estaca zero. Ministros indicavam a opção pelo juro composto. O Rio Grande do Sul precisa respirar de alguma maneira, que seja, então, por um acordo. Uma conversa que partirá do zero com uma nova equipe econômica. Nesta semana, Michel Temer já pediu apoio a deputados para a solução desse impasse, que provoca um rombo nas contas da União. Ouça o comentário:
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NEM PENSAR
Como a onda do momento é visitar o Palácio do Jaburu, um deputado do PMDB perguntou para o governador José Ivo Sartori se ele não iria aproveitar os dias em Brasília para visitar Michel Temer:
– Eu não. Ele vai pedir para que eu retire a ação da dívida no STF. E eu não vou retirar!
DESEMPREGO
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Servidores do Tribunal de Contas do Estado reclamam de que o conselheiro Estilac Xavier estaria demitindo profissionais que não são do PT para abrir lugar a petistas. Alegando que precisa ajudar quem está “matando cachorro a grito”, a chefia de gabinete de Estilac já teria avisado três servidores. O conselheiro está em férias e nega que tenha a intenção de mudar a equipe ou beneficiar o PT.
NÃO ESCAPA
Relator da Lava-Jato no STF, o ministro Teori Zavascki pretende liberar para votação em plenário o processo que pede afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara. Mas só fará isso depois de concluir que possui embasamento jurídico forte o suficiente. Enquanto isso, uma sondagem informal é feita junto aos demais ministros.