O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, acatou na noite de terça-feira o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para suspender a liminar da Justiça que proibiu a divulgação dos salários dos servidores públicos federais, de forma individualizada, dos Três Poderes na internet. Até que o tema seja julgado em última instância, a liminar despachada por Ayres Britto garante a divulgação dos vencimentos.
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Para a AGU, decisões como a da 22ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal podem gerar efeito multiplicador e causar danos ao poder público e à toda sociedade brasileira, resultando no ajuizamento de inúmeras ações com o mesmo objetivo.
Na ação, o advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, explica que a decisão da 22ª Vara Federal causa grave lesão à ordem pública ao determinar que a União se abstenha de divulgar os rendimentos dos servidores públicos federais, além de impedir que a administração cumpra a própria Constituição, bem como a Lei de Acesso à Informação.
Segundo a AGU, o STF chancelou, em outras ocasiões, a legitimidade constitucional da divulgação na internet da renda mensal bruta dos servidores do município de São Paulo. Nos argumentos apresentados à Suprema Corte, a AGU afirma que a divulgação, em sítio eletrônico oficial, da remuneração de servidor público não viola sua privacidade, intimidade e, tampouco, sua segurança.
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No comunicado da AGU, os vencimentos pagos pelo poder público são “informação de caráter estatal, decorrente da natureza pública do cargo e a respeito do qual toda a coletividade deve ter acesso”.