A história verídica de um homem negro livre que é escravizado nos Estados Unidos da década de 1840 ganhou três Oscar: além de melhor filme, 12 Anos de Escravidão levou também atriz coadjuvante (Lupita Nyong?o) e roteiro adaptado. Já Gravidade venceu em sete das 10 categorias nas quais concorria – a maioria prêmios técnicos.
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Apesar de somar 10 indicações, Trapaça saiu de mãos abanando da festa, enquanto Clube de Compras Dallas levou as merecidas estatuetas de interpretação masculina: ator (Matthew McConaughey) e coadjuvante (Jared Leto). Outra unanimidade da noite foi a escolha de Cate Blanchett como melhor atriz. Apesar de concorrer com nomes de peso como Meryl Streep e Judi Dench, a australiana está exuberante em Blue Jasmine, de Woody Allen.
Coube à mestre de cerimônias Ellen DeGeneres esquentar a morna premiação, divertindo o público com boas piadas e interagindo com os convidados da festa – a apresentadora distribuiu pedaços de pizza para atores como Brad Pitt, Harrison Ford e Bradley Cooper e tirou fotos ao lado de celebridades. E vaticinou no começo da cerimônia:
– Ou 12 Anos de Escravidão será o melhor filme ou vocês são todos racistas.
No primeiro discurso de agradecimento da noite, Jared Leto também acenou com a possibilidade de um Oscar politizado:
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– Dedico o prêmio a todos os sonhadores do mundo que nos observam, em locais como Ucrânia e Venezuela. Estamos aqui observando suas lutas. Estamos pensando em vocês nesta noite.
O tom engajado da noite, porém, ficou menos nas falas e mais nas premiações: além de consagrar o poderoso libelo antirracista, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood destacou a luta contra a aids e a homofobia (Clube de Compras Dallas) e contemplou pela primeira vez um diretor latino-americano (Alfonso Cuarón). A plateia estrelada endossou essas opções e aplaudiu de pé Lupita Nyong?o, reconhecida por seu primeiro papel em um longa-metragem. Steve McQueen, diretor dos ótimos Fome (2008) e Shame (2011), agradeceu emocionado a eleição de 12 Anos de Escravidão como o melhor filme do ano – o drama tem o ator Brad Pitt entre os produtores.
– Todos merecem não apenas sobreviver, e sim viver. Dedico esta distinção a todos os que sofreram com a escravidão e aos que ainda sofrem – disse o realizador inglês de 44 anos, que já era um reconhecido artista visual antes de dedicar-se ao cinema.
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