O diretor geral da gigante norte-americana Microsoft, Steve Ballmer, “deixará suas funções” daqui a um ano, informou o grupo nesta sexta-feira em um comunicado, em uma decisão bem recebida pelo mercado. A nota informa que ele permanecerá em seu cargo durante o processo de seleção de seu sucessor e que a empresa considerará tanto candidatos internos como externos para o posto.

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– Não há momento perfeito para este tipo de transição, mas é o momento certo – destacou Ballmer. – Adotamos uma nova estratégia com uma nova organização e temos uma excelente equipe de direção.

Em um momento em que a Microsoft “se transforma em uma empresa de aparelhos (eletrônicos) e de serviços, temos necessidade de alguém que esteja ali (no comando) por um longo prazo para levá-la nessa direção”, acrescentou.

O conselho de administração nomeou um comitê especial encarregado de buscar o novo diretor. Nesse grupo está o presidente da diretoria e co-fundador da Microsoft, Bill Gates.

A Microsoft, a maior empresa de software do mundo, fundada em 1975, não se adaptou bem ao mercado das plataformas móveis e tem dificuldades em recuperar seu atraso. Seu tablet Surface não encontrou seu público e o grupo resolveu recentemente reduzir seu preço, o que representou grandes custos.

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Além disso, a empresa sofreu com a queda das vendas de computadores pessoais que impactou seu sistema operacional, Windows.

Para alguns analistas, a empresa precisa efetuar mudanças para se adaptar ao novo contexto. Segundo Ted Schadler, especialista da empresa Forrester Research, o mundo avançou mais rápido que o modelo de negócios baseado na venda de programas da Microsoft.

– Creio que é uma boa decisão que Steve saia e ceda o controle a outra pessoa, provavelmente alguém de fora da empresa – afirmou o analista.

Para o especialista, a Microsoft vai enfrentar o mesmo dilema de empresas como IBM ou GE: manter a unidade da empresa ou desmembrá-la. O analista Roger Kay, da Endpoint Technologies Associates, avalia que a empresa é muito grande e competiria melhor se fosse dividida em pequenas unidades.

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– Eles dizem que vão ser os reis das buscas, mas não são. Eles precisam identificar os negócios que não estão funcionando e eliminá-los – acrescentou.

Para Jack Gold da J. Gold Associates, Ballmer foi um bom vendedor, mas perdeu contato com o mercado e, por isso, precisa de uma mudança importante:

– Eles precisam de um líder que tenha um novo enfoque, um visionário que possa trazer novamente inovação e que gere produtos pelos quais as pessoas estejam dispostas a gastar dinheiro. Se a Microsoft não encontra um líder deste tipo, se encaminha a um contínuo, mas lento declínio.