A meio-fundista russa Stepanova, que revelou o esquema de doping organizado no seu pais, espera que o apoio que recebeu da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) possa incentivar outros a denunciar esse tipo de prática.

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“Espero que o que vocês fizeram por mim proporcione a outros atletas a permissão (de falar). Se vocês quiserem fazer algo bom, pessoas no mundo ajudarão vocês a fazê-lo bem”, escreveu a atleta em comunicado assinado junto com Sebastian Coe, presidente da IAAF, e Svein-Arne Hansen, presidente da Federação Europeia de Atletismo (AEA).

Considerada elegível para participar de competições internacionais pela IAAF na última sexta-feira, Stepanova participou na quarta-feira do campeonato europeu, em Amsterdã.

Foi a única russa a poder disputar um evento internacional desde novembro, quando a federação russa foi suspensa por conta das denúncias de doping generalizado.

Com lesão na sola do pé, Stepanova foi eliminada logo nas séries dos 800 m.

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Em 2014, ela e seu marido, Vitali Stepanov, denunciaram o esquema de doping institucionalizado na Rússia em um documentário da televisão alemã, pouco depois de fugir para os Estados Unidos.

Sebastian Coe pediu para que Stepanova compartilhe sua experiência com a Comissão de Valores da IAAF, que vai organizar sua primeira reunião até o fim do ano.

“Quero que jovens atletas se sintam fortes na hora de tomar decisões. Quero que você os ajude a entender a verdadeira natureza dos problemas que podem enfrentar e como certas decisões podem afetá-los”, afirmou o dirigente, que também foi meio-fundista, conquistando o bicampeonato olímpico dos 1.500 m em 1980 e 1984, além da prata nos 800 m nas mesmas duas edições dos Jogos.

O banimento da Rússia foi confirmado no dia 17 de junho, mas a IAAF abriu uma brecha para que atletas ‘limpos’ possam participar dos Jogos, desde que comprovem que estão submetidos a exames mais rigorosos que os praticados na Rússia.

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* AFP