O empreendedorismo e a inovação, comuns na indústria têxtil e de tecnologia de Blumenau, ganham fôlego novo com o movimento das startups. Uma das empresas que traduz essa tendência é a PlayMove. Fundada em 2013, a empresa surgiu após o desenvolvimento de uma mesa digital com jogos educativos — a PlayTable — atividades para grupos de crianças e reforçam os conteúdos vistos em sala de aula, acompanhando a grade curricular dos professores e do Ministério da Educação (MEC).

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O produto já está presente em pelo menos 800 escolas públicas e particulares e também em áreas de recreação de hospitais e entidades. Em janeiro deste ano, foi exposto no espaço voltado à inovação da Feira Internacional de Brinquedos de Nuremberg, na Alemanha, considerada a maior do mundo no segmento. Apesar da vocação tecnológica da PlayTable, definida como um console para a educação, para o gerente de produto da PlayMove, Cristiano Sieves, a principal inovação está nos conceitos de coletividade e acessibilidade. O primeiro porque as crianças brincam em grupos de até seis pessoas e se socializam em uma fase importante da formação, como no ensino infantil. Já o segundo é que a tela reconhece qualquer toque, como das costas das mãos e de ponteiras de boca, permitindo interação também de crianças com limitações motoras.

Segundo o gerente, que também é especialista em ludopedagogia, os jogos combatem a evasão escolar, causam mais engajamento e fazem com que as crianças não tenham medo de errar e tentar. Por isso, potencializam a aprendizagem.

— Dessa forma é possível até dar desafios muito além da capacidade delas. Se a brincadeira é algo natural da criança, por que não usar isso para ensinar? — questiona o executivo, que enxerga em experiências como essa um ponto inicial de transformação na educação, principalmente na fase infantil.

Desenvolvimento contínuo

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Diante do sucesso da PlayTable, a empresa criou parcerias com outros 14 estúdios de desenvolvimento de games, que já contribuíram com mais 28 aplicativos para a mesa digital. A empresa também está traduzindo e adaptando jogos para exportá-los para os Estados Unidos e o mercado europeu.

Uma das novidades mais recentes são os livros digitais em Libras. As publicações têm texto, ilustrações, áudio e tradução em linguagem de sinais para permitir contação de histórias também para alunos com alguma limitação visual ou auditiva — uma das principais preocupações da empresa.

A inovação que hoje continua com pesquisas, testes de novos jogos com crianças e experiências de realidade virtual e aumentada enfrentou dificuldade no começo. A busca pelos 90 componentes do produto e a garantia de segurança — a base de plástico é isolante e impede que ela vire enquanto a tela de infravermelho tem uma proteção de seis milímetros — foram os principais desafios. Percalços comuns na trajetória de empreendedores prestes a inovar.

— Se você tem uma ideia, não pode fazer loucuras, mas é preciso ser ousado. É nos momentos difíceis que surgem as boas ideias e com os erros vêm os aprendizados. Na dúvida, tente — sugere.

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