A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) rebaixou nesta quinta-feira a perspectiva do rating (nota) de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil, de estável para negativa. Atualmente a nota está em BBB. A perspectiva do rating de longo prazo em moeda local, de A-, também foi rebaixada para negativa. A S&P justifica que o lento crescimento econômico dos últimos anos somado à política fiscal expansionista tornam mais frágil o perfil financeiro do país. Se não forem alterados, podem aumentar o endividamento do governo.

Continua depois da publicidade

O secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, avaliou que a decisão de rebaixar a perspectiva do rating de longo prazo em moeda estrangeira BBB do Brasil será revista, em razão do cenário positivo de crescimento da economia. O secretário destacou que a mudança não altera o rating do país, mas apenas a perspectiva da nota:

– O nosso rating continua o mesmo.

Segundo Holland, é natural essas mudanças na perspectiva da nota em função dos ciclos da economia.

– Aconteceu até com os Estados Unidos. É natural – insistiu.

Continua depois da publicidade

Holland frisou dois pontos do relatório da S&P: crescimento e política fiscal. De acordo com o secretário, o Brasil tem tido um crescimento acima da média dos países mundiais no período pós-crise e também nos últimos três anos. Entre 2007 e 2012, disse, a taxa média de crescimento do Brasil foi de 3,7%, enquanto a média dos outros países atingiu 3,3%. Em relação à política fiscal, o secretário disse que não houve mudança.

– A política fiscal continua como sempre. Não há mudança nem na política fiscal e nem na política econômica.

Conforme o secretário, os superávits primários das contas públicas têm garantido a redução da relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB). Ele destacou que a dívida líquida no ano passado caiu para 35,2% do PIB e deve fechar este ano abaixo de 35%.

– Além disso, o ambiente de negócios segue forte no país”, argumentou, salientando que a perspectiva de crescimento é reforçada pelas concessões. – Temos o maior programa de concessões do mundo.

Continua depois da publicidade

Diante desse cenário de crescimento da economia, Holland avaliou que “logo mais” a agência de classificação de risco vai corrigir a perspectiva.

– As perspectivas de crescimento com investimentos e com a boa política fiscal vão mostrar que estamos no caminho certo da economia – afirmou.