Nos Estados Unidos, o feriado Spring Break, ou Férias de Primavera, faz parte do calendário dos estudantes universitários desde os anos 1980. No Brasil, o termo começou a se popularizar há pouco tempo, dando um novo significado à “semana do saco cheio”, no feriadão de outubro, dos alunos do terceiro ano do Ensino Médio. E o destino brasileiro que tem ajudado a disseminar a expressão é Florianópolis, que recebe hoje 15 aviões fretados e 50 ônibus com adolescentes de quatro estados do país. São 4 mil jovens que vão passar uma semana em Florianópolis, nos hotéis do Norte da Ilha, indo a passeios e a festas exclusivas para eles.

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A Aloha Viagens, de Ribeirão Preto, em São Paulo, promove o pacote Spring Break Floripa há seis anos, registrando a cada viagem um aumento de no mínimo 30% no público. O diretor de marketing da agência, Arthur Figueiredo Elias, diz que as reservas em hotéis, atrações e casas noturnas são fechadas com um ano de antecedência. Nesta semana, estão na programação MC Guimê, no P12, festas no Café de la Musique, Pachá e El Divino Lounge, todos em Jurerê Internacional, além de um passeio para a Oktoberfest. Elias acrescenta que a agência está fechando agora itens do roteiro de 2017. Para o ano que vem, a expectativa é trazer até 6 mil alunos a Florianópolis.

O diretor observa que o destino mais comum no Brasil para estudantes, na semana do saco cheio ou em viagens de formatura, é Porto Seguro, na Bahia. Mas, segundo ele, ao pensar há dez anos em uma cidade brasileira para receber o Spring Break, Alex Manhas, o dono da agência, não teve dúvidas ao escolher a capital de Santa Catarina.

– Além das praias e das belezas naturais, a estrutura turística de Florianópolis é melhor que a de Porto Seguro. As casas noturnas são mais bonitas, com uma infraestrutura melhor, o bairro de Jurerê é seguro, tem câmeras nas ruas. A cidade é bem equipada de hotéis e Santa Catarina oferece passeios interessantes e culturais, como a Oktoberfest – opina Elias.

O pacote de oito dias, que inclui hospedagem nos hotéis do Norte da Ilha, ingressos para festas, passeios de barco, sandboard na Joaquina e apoio de uma equipe de monitores, sai por R$ 3 mil para a passagem rodoviária e por R$ 3,5 mil para a aérea. A maioria dos 4 mil jovens vem de cidades paulistas, mas também de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.

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A história do Spring Break

O Spring Break é um recesso de uma semana nas universidades americanas durante a primavera do Hemisfério Norte, normalmente na época da Páscoa, em abril. A tradição entre os jovens é viajar para cidades de praia, a maioria na Flórida ou no Caribe, e passar a semana em festas ao ar livre.

A popularização do Spring Break, nos Estados Unidos e no mundo, confunde-se com a ficção. Segundo o New York Times, o feriado nasceu nos anos 1960, quando um professor da Universidade de Michigan resolveu acompanhar seus alunos em uma viagem no feriado de Páscoa, assim ele poderia conhecer melhor seus costumes e gírias.

Na volta, ele escreveu um livro, que deveria se chamar Unholy Spring, algo como Primavera Profana, depois intitulado “Where de Boys Are”. O livro foi um sucesso de vendas, inspirando um filme e uma música. Depois do lançamento do filme, os então 20 mil estudantes que iam à Florida no recesso se tornaram 50 mil. Nos anos 1980, já eram centenas de milhares, com transmissão das festas pela MTV.

Em 2013, as estrelas teen Selena Gomez e Vanessa Hudgens protagonizaram o filme Spring Breakers – garotas perigosas, ajudando a tornar a tradição conhecida no mundo todo, como também os seus excessos.

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