O clássico Sport e Santa Cruz, pela Série A na Ilha do Retiro, era para ser de festa. Porém, acabou manchado pelas cenas de selvageria e brigas dentro e fora do estádio. Antes do jogo, ocorreu violenta briga entre membros de facções, sendo que Amilton Lima, presidente da “Inferno Coral” (Santa) foi espancado por cerca de dez rivais. Imagens mostraram a agressão que deixou Amilton em estado grave.

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Em campo e no entorno, focos de briga também foram observados neste jogo que não foi apenas um dos mais sensacionais do Brasileirão 2016, mas um dos mais marcantes nestes 100 anos de história do “Clássico da Multidões”. O Sport dominou, mas saiu atrás levando 2 a 0, conseguiu empatar, viu o Santinha fazer 3 a 2 e, nos 11 minutos finais, marcou três gols (dois deles aos 44 e 46) e vencer por 5 a 3. O Sport chegou aos 30 pontos, deixando o Santa Cruz cada vez mais próximo do rebaixamento, já que tem apenas 20 pontos na tabela.

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O JOGAÇO

Para o clássico, o Rubro-Negro veio com alterações importantes na escalação, com as entradas de Neto Moura e Paulo Roberto, além de Ruiz no ataque, enquanto o Santa Cruz apresentou quatro novidades, com as entradas de Néris, Derley e o ataque com Keno e Bruno Morais (este último substituindo o machucado Grafite).

Precisando da vitória, os times foram para cima. O Sport quase marcou no primeiro minuto e o Santa, com maior volume de jogo, saiu na frente com um belo gol de Keno aos seis minutos, depois de muito lutar contra a marcação. e tirar com categoria o volante Paulo Roberto antes de chutar no canto esquerdo do goleiro Magrão.

Com a vantagem, o Santa Cruz passou a jogar com maior cuidado, saindo para o jogo com passes curtos, mas cometendo erros em passes que resultavam em contra-ataques perigosos do time da casa, que foram perdendo muitas chances de gol. Pelo menos três delas, nos dez minutos finais, foram gol feitos. O primeiro em uma cabeçada de Neto Moura que o bom goleiro Tiago Cardoso voou para mandar a escanteio. O segundo num contra-ataque no qual Rogério, dentro da área, chutou cruzado e Tiago Cardoso teve a sorte de fazer uma defesa parcial e ver a bola quicar no péssimo gramado da Ilha do Retiro e passar por cima do gol a escanteio. Por fim, no último minuto da primeira Etapa, Durval pegou um rebote de Tiago Cardoso e, livre, bateu por cima.

O segundo tempo foi ainda melhor. Após jogada excelente, Uillian Correia tocou para João Paulo bater com categoria e ampliar o placar para o Santa Cruz aos quatro minutos. Só que Durval diminuiu o placar dois minutos depois e isso deixou a partida elétrica. O Sport chegava sempre muito perto do gol, enquanto o Santinha era eficaz no contra-ataque. Assim, os times conseguiram ótimas oportunidades, como a bomba na trave de João Paulo que estourou no travessão de Magrão ou um chute de Durval.

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O Sport fazia por merecer o empate e conseguiu isso aos 24 minutos, Ruiz recebeu pela direita e cruzou para a entrada em diagonal de Rodney Wallace, na segunda trave. A torcida do Rubro-Negro ainda festejava quando, aos 26, Bruno Morais escorou de cabeça um passe de Derley. Santinha 3 a 2. Felizmente para o Santa, aos 34, um cruzamento de Diego Souza encontrou Ruiz bem colocado. Era o gol do empate, mais uma vez.

Aos 40, grande confusão terminou com dois expulsos. Derley saiu com a bola e Apodi (que entrara no segundo tempo) tentou acertar por trás o meia (só levou amarelo). Na confusão, Derley e Diego Souza trocaram insultos e acabaram expulsos. Ensandecido, Diego Souza tentou brigar com o rival e teve de ser contido até a saída para o vestiário.

Acabou a emoção? Nada. Aos 44, Ruiz recebeu pela esquerda e tocou para Vinícius Araújo só completar para o gol. E ainda teve tempo para Everton Felipe receber na área e tocar por cobertura, fazendo o gol mais bonito do jogo e levando o torcedor ao delírio. O garoto ficou tão emocionado que chorou copiosamente e chegou a passar mal. Ainda teve tempo para o Santinha perder duas chances para diminuir. Que jogo foi esse!

Neste clássico que marcou os 100 anos da maior rivalidade do Nordeste, o jogaço que terminou 5 a 3 para o Sport poderia estar eternizado pela imensa luta e entrega dos jogadores em campo. Mas ele também será lembrado pelo violência das facções antes do jogo. Uma pena.

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