O norte-americano Mark Spitz, que passou à história da natação ao obter sete medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 1972, na cidade alemã de Munique, acha que seu compatriota Michael Phelps terá dificuldades para igualar ou bater sua marca em Pequim, palco da próxima edição da competição, ano que vem. Spitz parabenizou o atleta, neste domingo, por ele alcançar seu recorde de sete ouros no Mundial de esportes aquáticos de Melbourne, mas lembrou que, embora enfrente os mesmos adversários que na Austrália, há muito mais pressão na disputa de Pequim/2008.
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O ex-nadador, que deu uma entrevista coletiva em Barcelona por ocasião da cerimônia de entrega do prêmio Laureus, afirmou que será uma honra ter seu recorde batido pela atual estrela da natação.
– Sinto-me muito orgulhoso em ser o limite que ele tem de superar e estou curioso para saber se ele poderá conseguir e ganhar os oito ouros que não obteve desta vez. Vamos ver o que acontece no ano que vem – afirmou.
Spitz vê muitas semelhanças entre sua carreira e a de Phelps, mas primeiro brincou:
– A diferença entre ele e eu? Trinta e quatro anos – disse, entre risos, sem se dar conta que na realidade são 35, pois Phelps nasceu em 1985 e Spitz em 1950.
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O ex-nadador californiano completou a resposta pouco depois:
– Acho que somos parecidos em muitas coisas e temos uma trajetória similar. Nos Jogos Olímpicos de 1968, na Cidade do México, eu tinha expectativas de conquistar seis ouros, mas não consegui (foram duas medalhas de ouro, uma de prata e outra de bronze), e em Munique levei sete ouros, após avaliar e corrigir o que não tinha feito bem quatro anos antes – explicou.
Phelps viveu situação parecida nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, quando tentou bater o recorde de Spitz pela primeira vez. Mas ele acabou com seis ouros e dois bronzes.
– Nos últimos sete anos (estreou nos Jogos Olímpicos de Sydney, no ano 2000, aos 15 anos), Michael acumulou experiência e se tornou um mestre neste tipo de programa, que combina várias especialidades. O que ele tem de fazer é conservar energia suficiente para poder brigar pela vitória em todas essas provas, e acho que também está amadurecendo nisto – destacou.
Para Spitz, Phelps tem, assim como ele, um tronco (do corpo humano) muito amplo, que dá mais potência sobre os adversários, além de muita vontade e a capacidade de ter conseguido se cercar de um grupo de pessoas boas, que estão treinando-o muito bem.
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Quando perguntado sobre quem é o melhor dos dois, Mark Spitz foi claro:
– Se vocês pudessem reunir os melhores atletas de cada época e colocassem todos nas mesmas condições e idade igual, o resultado seria um empate, porque todos não queremos perder. Por isso treinávamos mais forte que os demais e tivemos mais sucesso – explicou Spitz, que completou:
– Porém, eu sou o único que, por enquanto, conquistou sete medalhas de ouro em Jogos Olímpicos – afirmou.