A agência de classificação de risco, Standard and Poor’s, anunciou nesta terça-feira ter elevado em seis escalões a nota da Grécia, de “default seletivo” (SD) para “B-“, e classifica agora de “estável” a perspectiva de longo prazo deste país sob assistência financeira internacional.

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A decisão é consequência de uma operação de recompra de parte da dívida grega a um terço de seu preço, explica a agência de classificação em um comunicado, destacando a “forte determinação” da zona do euro para manter o país dentro da moeda única.

Ao colocar no dia 5 de dezembro o país em situação de “default seletivo”, a um só nível do default, a agência havia dito que se tratava de uma medida provisória até que o país operasse a compra da dívida combinada com seus credores para receber assistência financeira.

Atenas levou adiante com êxito esta operação, ao receber na semana passada ofertas de compra por um montante de 31,9 bilhões de euros por parte de seus credores privados, o que conduziu a União Europeia a desbloquear um lote de 34,3 bilhões de euros em empréstimos, que estavam suspensos desde junho.

Ao elevar a classificação financeira da Grécia, a S&P’a realiza a primeira revisão para cima da nota de um país desde o início da crise da dívida, em 2010, que afundou a economia grega em uma espiral de recessão e medidas de rigor.

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A Grécia agora recuperou seu nível “B” que havia perdido desde o dia 13 de junho de 2011, ao cair na categoria “C”.

Compromisso com ajuste fiscal e estrutural

A S&P fundamenta sua decisão no “compromisso do governo em realizar o ajuste fiscal e estrutural reclamado pelos credores do país. Levando em conta este compromisso, sustentado de perto por um rígido mecanismo de tutela europeu para prevenir todo desvio, a UE já cedeu 7 bilhões de euros ao país e o restante deve ser entregue na quarta-feira, disse um funcionário de alto escalão do governo grego, que preferiu não se identificar.

-Na quarta-feira devem ser liberados outros 11,3 bilhões de euros, que servirão para recomprar dívida e outros 16 bi para recapitalizar os bancos gregos-disse.

Após várias reuniões infrutíferas, os países da zona do euro chegaram a um acordo na quinta-feira passada para desbloquear esta ajuda financeira à Grécia, congelada há vários meses, e que evitará a quebra do país. Os responsáveis europeus também preveem o pagamento de 14,8 bilhões de euros durante o primeiro semestre de 2013, o que completará um total de 49,1 bilhões de euros em empréstimos.

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Atenas espera ainda que o Fundo Monetário Internacional (FMI) desbloqueie sua contribuição à assistência financeira para a Grécia, de 3,4 bilhões de euros. Quando for autorizada esta última partida, a Grécia terá recebido um total de 52,5 bilhões.