O sotaque que ficou famoso por narrar a descida do morro da vó Salvelina, em Taió, é uma mistura. O jeito de falar de Leandro Beninca é fruto do meio, como diz o pai, Luciano Beninca. Os erres carregados vêm da língua trazida pelos imigrantes italianos que se espalharam a trabalhar pelo Vale do Itajaí na virada do século 19 para 20. Os Beninca de Rodeio, que foram até Rio do Campo começar a cidade, e os Lenzi, que se fixaram no Passo Manso, em Taió, citando apenas a ligação mais direta nos sobrenomes dos pais.
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Mas a fala do menino de olhos azuis e traços que lembram os do nono Lenzi ainda tem algo trazido da cadeia de montanhas que se avista em um paredão contínuo dos fundos da casa dos Beninca: a Serra Geral, que marca o limite entre o Vale do Itajaí e a Serra Catarinense. Há um pouco de gauchesco vindo do sangue da avó paterna na narração de Leandro:
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– Mazah, Marco véio!
O pai conta que o pequeno é fã de montaria e de rodeios organizados pelos Centros de Tradições Gaúchas (CTG):
– Ele gosta bastante disso, sabe? Veste bombacha, gosta de laçar com o lacinho dele. Acho que é de ouvir nos rodeios que ele fez a narração daquele jeito.
Leandro até já ganhou troféu em competições por laçar boi de madeira e ovelhas pequenas. Apesar do jeito de Galvão Bueno, de gostar de futebol, de Neymar e Felipão, não pensa em ser narrador profissional quando crescer.
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