No entra e sai do Hospital Santo Antônio, em Blumenau, cada paciente carrega as angústias e os medos de um diagnóstico. Envoltas entre centenas de pessoas que cruzam a porta da unidade todos os dias, estão 511 mulheres que travam hoje uma batalha contra o câncer de mama. O diagnóstico assusta por ser o tipo de neoplasia que mais as mata no Brasil. Somente no ano passado, foram 16,7 mil vidas ceifadas no País pela doença.

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Enfrentar o tratamento não é fácil, garante a psicóloga Adelita Bahr, voluntária há cinco anos na Rede Feminina de Combate ao Câncer de Blumenau. O corpo e a mente reagem diante de um turbilhão de dúvidas sobre o que pode acontecer. Vou perder o cabelo, precisar tirar uma mama, quais os efeitos colaterais dos remédios, o que vou deixar de fazer, minha família vai me apoiar? Essas são as perguntas frequentes quando a mulher se depara com o câncer de mama.

Sônia Maria Gandin Corrêa, 60 anos, recebeu o primeiro diagnóstico em 2012. Ela não esconde que se assustou e chorou junto com o marido dentro do consultório. Quando deixou a sala do médico, estava com medo e profundamente abalada. Precisou de quimio e rapioterapia. Fez mastectomia e reconstrução das mamas. Daquele dia até hoje a batalha nunca cessou. Nesses oito anos, foram cinco diagnósticos de câncer, não só de mama, mas também de pescoço.

– Eu sou teimosa, vou vencer – diz sorridente.

Sônia frequenta a Rede Feminina de Blumenau para acompanhamento
Sônia frequenta a Rede Feminina de Blumenau para acompanhamento (Foto: Patrick Rodrigues)

Aceitar e lutar se tornou o lema de Sônia. Na rotina corrida entre uma consulta e outra, ela dedica tempo a ajudar os outros com ações simples, mas que ela conhece bem a importância, como estender a roupa para a amiga doente. A força para superar as imposições da doença e fazer mais pelo próximo veio de um sonho.

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– Quando recebi a notícia de que eu teria uma netinha, eu fique muito feliz. Isso era tudo o que eu queria. Ouvi-la me chamando é uma alegria – conta a aposentada.

Sonhos – como ser avó, fazer uma viagem ou desenvolver um projeto, são apontados como uma ferramenta para passar pelo tratamento com mais força, defende a psicóloga da Rede Feminina de Blumenau. Olhar para trás e analisar todos os desafios já vividos e superados também dá força na caminhada, reforça Adelita ao dar um conselho a quem acaba de receber o diagnóstico:

Ela precisa acreditar em si e olhar ao redor as pessoas que a amam, estão preocupadas com ela e que estão juntas nessa caminhada da vida – reitera a psicóloga.

Fique atenta!

Durante o mês de outubro, as unidades básicas de saúde de Blumenau têm atendimento diferenciado. A recomendação é que as mulheres se informem sobre os horários e façam os exames preventivos.

Quem preferir pode procurar a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Blumenau, na Rua Itajaí, 150, no Vorstardt. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30 e das 13h às 17h. É possível agendar os exames pelo telefone 3322-8882.

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Programação Outubro Rosa

06/10 às 19h Missa – Catedral São Paulo Apóstolo

13/10 às 9h Caminhada Outubro Rosa – Parque Ramiro (não precisa de inscrição)

24/10 às 20h Jantar Outubro Rosa – Tabajara

30/10 às 10h30min Missa – Igreja São José Operário

31/10 às 12h Almoço Rosa – Bellagio Gastronomia

Direitos da pessoa com câncer

Tratamento em até 60 dias no Sistema Único de Saúde (SUS)

Reconstrução mamária pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

Saque do FGTS e PIS/Pasep