O governo do Estado lança nesta quarta-feira a segunda etapa do concurso para escolher o projeto que terá o desafio de solucionar o trânsito congestionado na ligação entre Ilha e Continente, em Florianópolis. O foco será para o transporte coletivo, descartando ideias mais caras e voltadas somente para os carros, como uma quarta ponte e túnel.

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Das 12 propostas conceituais entregues na primeira etapa da concorrência, em julho, apenas duas eram voltadas para o transporte de massa. Agora, o governo abre a etapa de aprofundamento destas duas, que devem contar com estudo de viabilidade econômica e impacto ambiental. Nesse estágio do procedimento, outras empresas tem a segunda chance de participar, desde que as ideias sejam para o transporte coletivo.

– Baseado naquela fase conceitual, direcionamos nossa atenção para o transporte de massa, por ser mais rápido de executar, mais em conta e com resultados a curto prazo – diz o presidente da SC Parcerias, Paulo César da Costa.

O processo de seleção é realizado por Proposta de Manifestação de Interesse (PMI), uma modalidade em que os custos da elaboração dos projetos são arcados pelo vencedor da licitação. A obra propriamente dita também não, preferencialmente, deve trazer custos para o governo.

– O projeto tem que ser de uma obra autossustetável financeiramente, por meio, por exemplo, da cobrança de passagem _ explica Costa.

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Entre as duas empresas que apresentaram soluções voltadas para o transporte de massa está o escritório de arquitetura de Jaime Lerner, que propôs um sistema com ônibus que usam canaletas exclusivas (BRT) integrados com embarcações e balsas. Essa foi a opção que mostrou menor custo, com orçamento de R$ 80 milhões para atender 68,4 mil passageiros por dia. Para termos de comparação: a previsão de gastos com o túnel de um quilômetros, proposto pela Queiroz Galvão, chega a R$ 4 bilhões.

O outro projeto é o da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) e Esse Engenharia Consultiva. A ideia é ampliar o transporte coletivo por via marítima, com barcas e ferryboats _ embarcação para pessoas e carros _, e teleféricos. Um projeto que precisa de três anos para ser implantado completamente. Como parte do sistema ficaria pronto em um ano, isso seria interessante para o governo, que conseguiria mostrar serviço antes de terminar o mandato. Mas o investimento é considerado alto, podendo chegar a quase R$ 1 bilhão.

Uma proposta que deve entrar na disputa desta segunda etapa do concurso é o metrô de superfície, apresentado na última semana ao governador. Mas sua implantação também tem um custo elevado em comparação com a ideia de Lerner. A obra para criar o transporte sobre trilhos pode chegar a R$ 1,5 bilhão. Em dezembro do próximo ano, o governo quer lançar o edital para executar o projeto escolhido.