Coincidentemente, antes de o “AN” conversar com lideranças do bairro Floresta, o prefeito Udo Döhler e o secretário da Subprefeitura Sul, Osmari Fritz, eram colocados a par das principais demandas da comunidade. No início de abril, um grupo de líderes comunitários, representando moradores das ruas Porto Rico, Hermes Kruger e Santa Catarina, pediu apoio para obras de drenagem, pois a tubulação nestas ruas está obstruída, o que contribui para alagamentos constantes.
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Também pediram a atenção da Prefeitura para os vários empreendimentos imobiliários em construção na região, pois as obras estariam piorando ainda mais o escoamento das águas pluviais.
O prefeito se comprometeu a visitar o bairro com equipe da Seinfra “para examinar tecnicamente o que precisa ser feito agora e para o futuro”. E foi o que Udo fez dias depois. Um dos pontos percorridos foi o rio Bucarein, totalmente afunilado por construções. Naquele dia, a situação estava ainda pior porque um muro irregular havia desabado dentro do rio.
Antes disso, em fevereiro, em uma reunião de Udo com moradores na própria comunidade, entre outras discussões, uma comissão entregou um abaixo-assinado apontando as necessidades de dragagem e limpeza manual no rio Bucarein; a conclusão do asfaltamento das ruas São João 2 e Guararapes; e a cons-trução de uma área de lazer ou de um posto do Programa Estratégia Saúde da Família (PSF) na rua Princesa Mafalda, em frente à Escola Virgínia Soares – um terreno público que virou depósito de lixo.
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Desta comissão fez parte Flávio de Azevedo, um dos fundadores da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Floresta (Amabf), nos anos 80, e que a presidiu por duas vezes. Flávio fala que o bairro está crescendo muito, com a construção de uma série de condomínios residenciais, e precisa de mais atenção em infraestrutura.
Nas entrevistas com outras lideranças para a oitava reportagem do Projeto AN no Seu Bairro, outras necessidades foram sendo apontadas. A presidente da Associação de Moradores São Francisco de Assis (Amosfa) enumerou as áreas que considera prioritárias: segurança, recapeamento asfáltico, saúde, área de lazer e cultura e preservação do meio ambiente.
Dorival U. Silva, diretor social da entidade, acrescentou a necessidade de a Subprefeitura Sul dar mais atenção às roçadas de terrenos baldios e à conservação das ruas, porque “as ruas com lajotas sofrem frequentemente erosões que vão se tornando grandes buracos”.
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Em outro bate-papo, desta vez com o presidente da Amabf, Luiz Gustavo Papendick, Renato César Kamienski e Hamilton Cesar Teixeira, também ligados à entidade, foram alinhavados, então, os cinco itens considerados mais urgentes para serem levados a Udo e Osmari: mobilidade, segurança, saúde, drenagem, lazer/educação.
Na conversa com o prefeito e o secretário, na última sexta-feira, além de falar das cinco demandas específicas do bairro Floresta, Osmari Fritz informou que o terreno em frente à Escola Virgínia Soares já foi limpo e a subprefeitura fez uma vala de contenção para evitar outros despejos. A melhor aplicação para esta área será estudada pela Prefeitura, acrescenta Udo.
Empolgação com o Viva Cidade 2
Na entrevista com Udo Döhler, além de esmiuçar as demandas do bairro Floresta, o prefeito falou sobre os U$S 70 milhões que serão liberados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), dentro do Projeto Viva Cidade 2. Na semana passada, o gerente de operações do BID no Brasil, Juan Carlos de La Hoz, esteve em Joinville para o encerramento do Projeto Viva Cidade 1 e o lançamento do Viva Cidade 2.
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Udo está empolgado porque grande parte desses recursos será utilizada em obras que devem dar fim a enchentes na região Sul, uma dor de cabeça que só tem piorado nos últimos anos, tirando o sono de moradores e prefeitos.
– Há um clamor da população pelo fim das enchentes. Com o Viva Cidade 2, vamos caminhar para isso na região Sul – reforça o prefeito. Está prevista a macrodrenagem na sub-bacia do rio Itaum-açu, que compreende os bairros Itaum, João Costa, Jarivatuba, Paranaguamirim, Parque Guarani, Boehmerwald, Fátima, Profipo, Santa Catarina, Petrópolis e parte do Guanabara. De quebra, o bairro Floresta também acaba beneficiado, entende o prefeito.
Outra obra contemplada pelo Viva Cidade 2 e que vai beneficiar toda a cidade, destaca Udo, é o Parque Recreativo e de Lazer Piraí, na área rural do Vila Nova.
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– Vamos construir um parque grande, em que 20% da população de Joinville poderão usar ao mesmo tempo – diz Udo.
O prazo para a execução das obras é de três a quatro anos. Como contrapartida de Joinville a esses dois investimentos, a Prefeitura se comprometeu a executar obras de ma-crodrenagem do rio Mathias, na região central da cidade, e de esgotamento sanitário em diferentes bairros.
O Viva Cidade 1, assinado com o BID em janeiro de 2008, contemplou obras de controle de inundações com a macrodrenagem no rio Morro Alto, na rua Timbó, e microdrenagem e pavimentação na Estrada Barbante e 12 ruas do Morro do Meio. O valor foi de US$ 40 milhões.
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Engajamento político
Entre os muitos pontos positivos do Floresta, o presidente da Amabf, Luiz Gustavo, destaca o fato de o bairro ser engajado nas causas políticas, pois “a comunidade atende quando é chamada”. Talvez colabore o fato de o Floresta ter dado o pontapé inicial na formação de associações de moradores pela cidade, lembra Flávio de Azevedo, um dos fundadores da Amabf.
O bairro tem três vereadores (Rodrigo Facchini, James Schroeder e pastora Leia) e clubes de renome na cidade: Floresta, Vera Cruz e Kênia Clube, além da Associação Joinvilense de Deficientes Visuais (Ajidevi) e do Centro de Convivência do Idoso.
Outro destaque é a grande área de preservação verde (o que explica o próprio nome do bairro). A praça Tiradentes é outra referência. Um ponto elogiado pelas lideranças é a iniciativa dos moradores. Embora haja quem suje os rios e os terrenos baldios, há muitos outros que cuidam do seu ambiente, fazendo a diferença na manutenção de ruas, calçadas e meios-fios, limpando-aos frequentemente.
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