Não é possível mais ouvir, todo final de ano, as mesmas explicações de diferentes dirigentes das duas estatais – a Casan e a Celesc – para o vexame que compromete o turismo e a imagem de Santa Catarina.
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O governador Raimundo Colombo poderia puxar para si e resolver um problema histórico e grave do Estado: o jogo de empurra com a falta de água e luz.
Não é possível mais ouvir, todo final de ano, as mesmas explicações de diferentes dirigentes das duas estatais _ a Casan e a Celesc _ para os maus serviços prestados aos catarinenses e para o vexame que compromete o turismo e a imagem de Santa Catarina. Nota-se, pelas entrevistas, que os dirigentes torcem sempre pelo mesmo: o fim do feriadão de Réveillon.
Como é que um gestor público explica a falta de água devido ao intenso fluxo de turistas? Alguém ainda não sabe que todo ano é para cá que brasileiros de todos os Estados querem afluir em cada vez maior número? E isso deverá ser considerado proibitivo devido à falta de infraestrutura? Onde vai parar o dinheiro que cada vez mais municípios, Estados e a União arrecadam em volume cada vez maior? Só para financiar a máquina pública e subsidiar algumas regalias, como os abonos de final de ano que todos os órgãos costumam distribuir para seus funcionários?
Os contribuintes já enfrentam obras sem fim nas estradas e um trânsito caótico dentro das cidades, dificultando que se locomovam justamente no período que era para ser de lazer e relax. Mas em meio ao calor, com uma onda histórica que aflige o Estado, os cidadãos ainda terem de enfrentar falta de água e luz é um acinte.
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A explicação da falta de luz, que já é habitual, poderia ser resolvida com a aquisição de geradores. A explicação do grande número de turistas poderia ser solucionada com gestão mais eficiente dos impostos arrecadados.
Se não encarar com seriedade o problema, Santa Catarina mergulhará cada vez mais no paradoxo de, por um lado, conquistar sucessivos reconhecimentos por ser um destino turístico de excelência e, por outro, abandonar os turistas e a população à própria sorte em termos de infraestrutura. Sabe-se que não existe propaganda mais eficaz do que a impressão deixada nos visitantes.
Infelizmente, o setor turístico catarinense ainda não conta com uma eficaz parceria do poder público para solucionar algo tão básico como o fornecimento de água e luz.