Militares turcos recentemente enviados ao norte do Iraque, cuja retirada era exigida por Bagdá, deixaram a zona nesta segunda-feira – um movimento que poderia permitir o apaziguamento da tensão entre os dois países.

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“O exército turco partiu em retirada ao amanhecer” do acampamento de Bachiqa perto da segunda maior cidade do Iraque, Mossul, disse nesta segunda-feira o parlamentar iraquiano Salem al-Chabaki. “Testemunhas viram soldados partir rumo à fronteira com a Turquia”, disse, acrescentando que apenas treinadores militares ficaram no local.

O número exato de forças que deixaram o acampamento onde um contingente de 150-300 soldados e cerca de vinte veículos blindados foram enviados para lá há dez dias não foi divulgado.

Ancara havia afirmado que tratava-se simplesmente de reforços para proteger os conselheiros militares turcos encarregados de treinar soldados iraquianos na luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que controla Mossul.

Bagdá protestou durante vários dias, alegando não ter endossado essa implantação e apelando para a ONU em nome da soberania nacional.

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“Houve uma mudança de forças”, declarou nesta segunda-feira o primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu, em entrevista ao canal de televisão A Haber. “Nós fizemos o que era necessário fazer militarmente”, continuou, ressaltando que soldados turcos “continuarão presentes lá”.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlüt Cavusoglu, “o número de nossos soldados em Bachiqa no norte do Iraque pode aumentar ou diminuir, conforme necessário”. “Nosso objetivo é aumentar a capacidade (militar) do Iraque contra o EI”, disse segunda-feira em Bruxelas.

A agência turca de notícias pró-governamental Anatolia citou fontes militares afirmando que “uma parte das tropas turcas estacionadas em Bachiqa foram ao norte como parte de uma nova estratégia”, falando de um “comboio de 10 a 12 veículos”, sem especificar o número de soldados envolvidos.

A Turquia forma há vários meses combatentes curdos iraquianos, os peshmergas, e voluntários iraquianos antijihadistas neste acampamento.

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