O soldado reservista de Israel, que viajava pelo Brasil e era alvo de um pedido de investigação por supostos crimes de guerra na Faixa de Gaza, deixou o país neste domingo (5), acompanhado pela Embaixada de Israel em Brasília. Após uma solicitação da organização internacional pró-Palestina Fundação Hind Rajab (HRF, na sigla em inglês), ele se tornou alvo da Justiça Federal do Distrito Federal. As informações são do jornal O Globo.
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O israelense é acusado de participar da demolição de um quarteirão residencial na Faixa de Gaza com explosivos, fora de situação de combate, em novembro de 2024. No local, as casas serviam de abrigo para palestinos deslocados internamente desde o início da guerra entre Israel e Hamas. O conflito já dura mais de 15 meses e deixou mais de 45 mil palestinos mortos.
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O pai do soldado disse ao jornal israelense Haaretz que o filho foi alertado após um amigo ter recebido uma mensagem da representação de Israel no Brasil sobre a investigação. O pai teria orientado o filho a sair imediatamente do país.
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A Embaixada de Israel em Brasília afirmou neste domingo que o militar, identificado como Yuval Vagdani, de 21 anos, foi acompanhado ao aeroporto por um representante diplomático israelense, após contatos telefônicos, e deixou o território brasileiro. O reservista estava na Bahia.
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Informações extraoficiais apontam que o soldado deixou o Brasil pelo aeroporto de Salvador e seguiu para a Argentina. O Itamaraty não se manifestou.
Israel diz que ações estão em “conformidade com o direito internacional”
Em nota, o governo de Israel disse que todas as operações militares em Gaza são conduzidas em total conformidade com o direito internacional, e que o país exerce o direito de autodefesa após o ataque de 7 de outubro de 2023, quando mais de 1,2 mil israelenses foram assassinados em um ataque-surpresa do Hamas ao território do país, e cerca de 240 foram feitos reféns.
“Os verdadeiros perpetradores de crimes de guerra são as organizações terroristas, que exploram populações civis como escudos humanos e utilizam hospitais e instalações internacionais como infraestrutura para atos de terrorismo direcionados a cidadãos israelenses”, diz um trecho do comunicado, divulgado neste domingo.
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O governo israelense reiterou que o país tem sido alvo de uma campanha global, que inclui denúncias ilegais, e afirmou que a Fundação Hind Rajab está explorando “de forma cínica os sistemas legais para fomentar uma narrativa anti-Israel tanto globalmente quanto no Brasil”.
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