Pela primeira vez, a soja gaúcha divide espaço no porto de Rio Grande com grãos cultivados nos maiores produtores brasileiros: Mato Grosso e Paraná. O caos logístico para escoar a safra por Santos (SP), principal via de entrada e saída de mercadorias do país, fez com que navios e cargas fossem desviados para o terminal gaúcho – reforçando o volume recorde de exportações.

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Os caminhões vindos de outros Estados ajudam a inflar os pátios de estacionamento dos três terminais graneleiros do Estado – Bianchini, Bunge e Termasa-Tergrasa. Neste ano, somente a Bianchini não adotou a fórmula de agendamento para recebimento do grão.

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– Já se provou que a melhor fórmula é a de agendamento. No próximo ano, a Bianchini terá de aderir a esse modelo também – aponta o superintendente do porto de Rio Grande, Dirceu Lopes, acrescentando que dos 2 mil caminhões que chegam à cidade por dia, 80% estão com cargas agendadas.

Mesmo com o volume recorde previsto para chegar ao porto até o final de maio, cerca de 7 milhões de toneladas de soja gaúcha e 2 milhões de toneladas de outros Estados, o superintendente afirma que não há razões para temer grandes problemas.

– O porto tem capacidade para receber 170 mil toneladas por dia e o volume médio tem sido de 98,5 mil toneladas – garante Lopes.

Se do porto para dentro não há problemas, segundo o superintendente, do lado de fora não é o que se vê nos pátios de espera dos terminais graneleiros. Na semana passada, o caminhoneiro Roberto Ferreira dos Passos, 42 anos, esperou dois dias para descarregar na Bianchini uma carga trazida de Guarani das Missões.

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– É preciso organização. Não recebo para ficar aqui parado, ganho por comissão de carga – reclamou.

Conforme o responsável pela operação de navios da Bianchini, Antônio Carlos Duarte, o atraso ocorreu por uma falha pontual, já solucionada, em um equipamento.

Custo de navio é de US$ 30 mil por dia

Com agendamento em quatro turnos, a Termasa-Tergrasa deve embarcar 70% da soja gaúcha.

– Mostrar fila é mostrar ineficiência – avalia Guilhermo Dawson, diretor superintendente da Termasa-Tergrasa.

Dawson explica que a empresa montou um esquema para que as cargas cheguem ao porto no momento em que o navio estiver atracado.

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– Aumentamos nossa capacidade operacional para dar maior agilidade ao processo. Com isso, ninguém perde – aponta Dawson, acrescentando que o custo diário de um navio gira em torno de US$ 30 mil.