Softwares e redes sociais ajudam as mulheres a aprimorar seu estilo

Podemos até não andar em carros voadores, como alguns filmes e desenhos animados como Os Jetsons previam, mas no que diz respeito à moda o futuro já chegou. Além dos tecidos inteligentes e da possibilidade de comprar em lojas do mundo inteiro pela internet, os computadores agora também auxiliam na hora de escolhermos o que usar.

Softwares, sites especializados e redes sociais fazem as vezes de consultores de moda, oferecendo um serviço que até há pouco tempo só estava disponível para aqueles que tinham condições financeiras de contratar um profissional da área.

Além disso, blogs mostram os lançamentos e desfiles de grifes e semanas de moda praticamente em termpo real. A consultora de moda e blogueira Raquel Medeiros, 36 anos, se impressiona com a quantidade e qualidade das informações disponíveis na rede:

– Hoje em dia nem compro mais revistas de moda de tanta informação que encontro na web. Quando abro uma revista, a notícia já está atrasada. Acho muito válidos os blogs que ensinam a fazer bijuterias que estão em alta, a customizar roupas, a se maquiar, enfim, que passam algo de útil para as leitoras, além das dicas de como se vestir e sobre tendências – afirma.

Foi pensando em uma maneira de organizar seu guarda-roupa e em lidar com essa avalanche de informações que a empresária carioca Dany Padilla, 41 anos, criou o programa “Com que roupa?”. Mesmo com o closet lotado, Dany vivenciava aquele drama recorrente na vida de qualquer mulher: achar que não tinha nada para vestir.

Para bolar novas combinações, Dany teve a ideia de fotografar todas as suas peças em um manequim que decorava a sala. Com as fotos em mãos, descobriu uma infinidade de novas possibilidades com as roupas que tinha, e daí surgiu a ideia para o software. Após uma temporada no Exterior, ela resolveu investir no projeto e lançou o programa comercialmente na volta ao Brasil.

– Apesar de ter um closet organizado, eu não enxergava mais o que eu tinha de peças e acessórios. Além disto, percebia que as roupas mais antigas eram as que eu menos usava, pois os looks mais frescos em minha cabeça eram os últimos usados. Mas não estava pronta para me desfazer de peças muito queridas – conta.

O que Dany precisava era remanejar o closet e, de quebra, “frear a veia consumista”.

– Quando o software ficou pronto, após fotografar tudo que eu tinha, percebi que era capaz de combinar peças novas com antigas e, assim, diminuir as compras por impulso.

O programa é vendido apenas pela internet no site Com Qual Roupa, e além disso, a equipe da empresária visita as casas das clientes para fotografar as peças e ajudar a organizar o guarda-roupa. O serviço por enquanto está disponível apenas no Rio de Janeiro, mas a intenção é espalhar para o resto do país.

Mesmo quem não quiser adquirir o programa pode aprender a clicar suas próprias roupas e acessórios, verificar combinações e até, luxo máximo, cadastrar os eventos e locais onde cada look foi usado para evitar repetições.

Para quem precisa de feedback sobre suas produções, a dica é a rede social byMK. Com 60 mil usuários cadastrados, a byMK é como um divã virtual fashion. As mulheres (e alguns poucos homens) montam looks com as 450 mil peças cadastradas e compartilham dicas e opiniões sobre o visual. O site surgiu quase que por acaso e mudou a vida dos empresários Renato Steinberg e Flavio Pripas, que atuavam como diretores de TI em bancos e não esperavam tamanho sucesso.

– A esposa de um dos sócios queria abrir uma loja de roupas e daí surgiu a ideia de criar um site para “brincar” de montar looks. Em apenas oito meses, sem nenhuma ação de marketing, o site ganhou três mil usuários – conta Flávio Pripas.

Foi aí que os sócios resolveram largar os dez anos de profissão no mercado financeiro e se dedicaram ao byMK, com investimentos, ações de marketing e parcerias. Mas nenhuma dessas ferramentas substitui um consultor de verdade. Segundo Raquel Medeiros, só um profissional de carne e osso leva em consideração o biotipo e as particularidades de cada mulher.

– Não acredito que um software que propõe combinações possa substituir uma consultora de moda. Temos corpos e estilos diferentes e só a análise de uma consultora pode realmente propor dicas de moda e estilo eficientes. Porém conheço mulheres que usam, por exemplo, como uma forma de liberar o stress, de descontrair – opina.