Por Dauto J. da Silveira, sociólogo

Esse tipo de projeto faz parte de um conjunto daqueles que são pensados para a população brasileira, tendo em vista a histórica omissão do Estado. Eles buscam a inserção do negro na sociedade capitalista, tirando da condição de miséria e garantindo certa melhoria na condição de vida dessas pessoas. É como se fosse um acerto de contas, mas parcialmente suficiente. Porque as cotas alteram o estado social, mas não emancipam ninguém. Para isto, somente uma revolução social.

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Em uma cidade em que impera o conhecimento e os costumes germânicos, este projeto é muito importante. Uma cidade não pode estar de costas para a história de opressão que marca a população negra e seus descendentes. Com iniciativas como esta, é possível alterar condições sociais de existência dessa população. No entanto, do ponto de vista histórico, ele é insuficiente. É necessária uma mudança profunda. O projeto acena para uma possível estratégia de mudança. Mas é preciso muito mais para eliminar o problema social que envolve os afrodescentes no País.

É preciso oferecer condições históricas para que eles não precisem mais destas políticas. Para que ele se livrem dessa herança maldita e trágica de rejeição.

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