Com a experiência de oito anos à frente de um jornal comunitário no bairro Jardim Paraíso, um dos que mais sofrem com os assassinatos, a socióloga Valdete Daufemback sentencia sobre a criminalidade em Joinville:
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– O Estado tem que estar presente com políticas públicas e não só com repressão. Em Joinville tem uma parcela da sociedade que mora em lugares mais distante e são alijados do fator econômico. Há também dificuldade em acessar escola, moradia.
A especialista afirma que investir em questões sociais deveriam ser primordiais. Ela destaca que muitas vezes na própria necessidade de sobrevivência em lugares como o Paraíso, a população acaba sento marginalizada.
– Essas pessoas vivem em dificuldades, precisam de um ambiente que lhes facilite a vida. Às vezes, o que sobra é entrar no mundo do tráfico de drogas. Como é um “trabalho”, as pessoas vão levando essa vida, e os jovens entram. São pessoas trabalhadoras, mas que estão enveredadas dentro desse sistema – lamenta.
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O envolvimento de adolescentes é visto com naturalidade diante do ciclo de ausências e necessidades.
– Infelizmente, há muitos envolvidos em facções. Pagam o preço da vida. Muitos não são nem traficantes, são usuários, ficam devendo, outros abrem novos pontos, concorrência entre eles e leva o perigo, esse risco das mortes.
Entre as reivindicações de conselhos comunitários na região estão a humanização dos ambientes escolares, transformação desses espaços em locais democráticos, mais opções de lazer e recreação, obras de mobilidade, ações de cidadania, investigação das mortes no paraíso, reforma do posto da Polícia Militar, contratação de mais efetivo policial e intensificação de rondas.
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