A profissionalização das campanhas e os investimentos pesados em tecnologia acabaram tirando a espontaneidade do debate político. A avaliação é da socióloga Fátima Jordão, especialista em análise de pesquisas eleitorais, em entrevista ao programa especial Eleições 2010, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

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– A política saiu das ruas, saiu dos lugares de aglomeração e dos locais de trabalho e foi para a sala de visitas, para a televisão e o rádio – afirma a socióloga, ao destacar a importância da propaganda eleitoral gratuita nos meios de comunicação.

O papel do marketing político também foi destacado por Fátima Jordão para a perda de espontaneidade do debate político.

– A imagem dos candidatos, seja a imagem pessoal, física, o penteado, a roupa e a forma de falar são meticulosamente calculados.

Para a especialista, no entanto, a forma espontânea ainda prevalece nas entrevistas dos candidatos e nos grandes debates.

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– As mulheres, em particular, preferem muito o debate como forma de conhecer melhor os candidatos e definir o seu voto, e os debates importantes acontecem sempre no fim da campanha – argumenta Fátima.

Sobre a importância da internet na campanha eleitoral, a socióloga considera que esta é a primeira vez nas eleições brasileiras que os sites, blogs e as chamadas redes sociais – Twitter, Facebook – tiveram um papel essencial para os candidatos.

– A internet acelera a informação para a grande mídia. Eventos que aconteceriam num passo mais lento, como por exemplo as denúncias de vazamento na Receita Federal, se dependessem apenas da mídia convencional teriam um impacto bem menor.