O pato Rubinho, que venceu a última edição da corrida do pato da Sociedade Mildau, na zona rural de Joinville, pode ter sido o último campeão da prova. É que o patrimônio da sociedade, uma das mais tradicionais da zona rural de Joinville e que realiza eventos como as festas do Pato e do Cará, está sendo leiloado para o pagamento de uma indenização.

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A primeira tentativa de vender a área e o prédio, avaliados em R$ 425 mil, ocorreu nesta terça-feira à tarde, no Fórum de Joinville. Como não apareceram interessados, uma segunda tentativa deve ocorrer no dia 18.

A ação que terminou com a decisão de leiloar a área começou logo após a morte de um rapaz que fazia a limpeza do telhado do pavilhão da sociedade, no dia 6 de julho de 1998. A família dele ganhou na Justiça o direito à indenização e o valor atual é de R$ 218 mil.

A Sociedade Esportiva e Recreativa União Mildau foi fundada em 1952 e considerada de utilidade pública ainda na década de 1970. As terras estão localizadas na Estrada Mildau, dentro de uma área de proteção ambiental (APA). Além disso, há o interesse de preservação do prédio, construído pelos próprios moradores do distrito de Pirabeiraba. São 12,4 mil metros quadrados de área rural e 384 metros quadrados de área construída. Por isso, alguns associados e o advogado contratado pela direção do clube resolveram pedir uma reavaliação do patrimônio, na tentativa de impedir que um futuro comprador o local sem atividades ou resolva investir no local para outras finalidades.

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Segundo eles, o preço estipulado em 2011 estaria defasado.

– Já corremos as imobiliárias aqui de Pirabeiraba. Consideramos que o valor é de pelo menos R$ 1,2 milhão -, diz Teodoro Lima, um dos associados e ex-dirigente do clube.

O advogado Danilo Ávila disse ontem que há outras opções em estudo, como a rifa de um automóvel, o que permitiria ao grupo reunir uma quantia em dinheiro para pagar a indenização e impedir o leilão.

O problema, segundo o advogado, é que não houve mobilização da comunidade para salvar o patrimônio da sociedade.

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– Fizemos uma reunião no feriado da semana passada e havia apenas cinco pessoas -, disse.

Há pelo menos 120 associados, mas alguns temem ter de pagar a indenização com o próprio patrimônio.

Além das festas tradicionais da zona rural de Pirabeiraba, a Sociedade Mildau realiza outras atividades comunitárias, como o Projeto Acorda Mildau, que envolve mais de 170 crianças em escolinhas de futebol, capoeira, música e teatro.

– Estamos entristecidos com essa situação. Se a Sociedade Mildau deixar de existir será uma perda muito grande para a nossa comunidade -, diz Lima.

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