A Sociedade Dallas, no bairro Fátima, promoveu sua última festa antes de fechar as portas para sempre exatamente 34 anos depois da noite de inauguração, em 15 de dezembro de 1984. Foi com um Baile do Hawai, a festa mais tradicional do salão de bailes que marcou a zona Sul da cidade, que ocorreu no último sábado, 15, para encerrar as atividades.
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O salão foi construído por Francisco de Albarnaes, atualmente com 75 anos, que era dono de uma loja de esquadrias no bairro Itaum quando decidiu fechar o comércio e usar o dinheiro da venda para investir em um salão de bailes para os irmãos, que tinham a dupla sertaneja Dalmir & Dalmar, poderem apresentar seus shows. Na época, ele tinha a esposa Norma, ao lado para ajudar, e os três filhos, Rogério, Adilson e Cláudio, eram jovens e adolescentes que já ajudavam no atendimento e nos cuidados com o empreendimento.
Quando o Dallas foi aberto, havia só uma pista. Depois, foi construída a pista dois, para música lenta e, em 1991, foi aberta a pista três, para "discoteca". Em 1995, foram inauguradas as piscinas.
— Depois que minha mãe faleceu, em 2006, os filhos assumiram. Ela era o braço direito dele e ele ficou muito chateado com a morte dela — conta Claudio, o caçula entre os três irmãos, mais conhecido como DJ Calomba.
Ele recorda que, além de ter cumprido seu papel de salão de bailes e ter abrigado festas e shows, o Dallas também assumiu seu espaço dentro da comunidade. Lá dentro ocorreram reuniões de associações de moradores e até eventos do Proerd, o Programa Educacional de Resistência às Drogas, da Polícia Militar.
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Mas, para ele, o momento mais marcante foi em 2007, logo depois da perda da mãe. Ele havia tentado contratar o show da dupla Milionário & José Rico enquanto ela ainda era viva, mas só conseguiu agenda para um ano depois. Mesmo assim, a apresentação foi uma homenagem à memória dela, que havia se dedicado por 22 anos ao local que fez parte da história da região.
— Só o Baile do Hawai já tinha 27 anos. Nesse sábado, no último, o pessoal veio em peso. Casais que se conheceram aqui, namoraram aqui, trouxeram seus filhos para participar do baile e para se despedir — diz Cláudio.
Agora, investidores do setor imobiliário procuraram a família para adquirir aquela área de quase 8 mil metros quadrados, localizada na rua Guanabara. Segundo Cláudio, ainda não há informações do que será feito com o local, mas eles sabem que o imóvel será demolido para dar lugar, provavelmente, a um condomínio residencial ou a um hipermercado.