Florianópolis sedia, nesta semana, um movimento que promete impulsionar o uso de tecnologias, mídias e inovação na transformação dos meios sociais. Ao concentrar projetos e trazer referências, o Social Good Brasil, que teve início ontem, no Centro Integrado de Cultura (CIC), e termina amanhã, espera contribuir para esta proposta. Os primeiros passos estão sendo dados no Estado, no país e no mundo.

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O setor tecnológico ainda engatinhava quando surgiram os primeiros trabalhos de valorização do pensamento inovador e das ferramentas tecnológicas, em 1987, nos EUA. Segundo a presidente do Instituto Voluntários em Ação (IVA) e uma das idealizadoras do Social Good Brasil, Fernanda Bornhausen Sá, nos anos 2000, esses projetos ficaram frequentes. Surgiu o Social Good Summit, com edições na África, Ásia e EUA com objetivos similares ao da versão brasileira.

Entre os exemplos que utilizam as tecnologias está o Games for Change. Fundado em 2004, nos EUA, o projeto tornou-se uma referência em jogos na rede com impacto social positivo. No ano passado, ganhou um viés latino-americano. O grupo formado por pesquisadores da Universidade de São Paulo promove eventos e premia jogos que têm até soluções para o trânsito.

O Google Grants segue o movimento, oferecendo anúncios na web para organizações sem fins lucrativos. Também existem iniciativas que despontam conforme a situação, como aquelas para divulgar abrigos e escritórios na internet para vítimas do furacão Sandy, que devastou várias regiões dos Estados Unidos.

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A presidente do Conselho do Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (Icom), Lucia Delagnello, diz que a rede permite ajudar pessoas que estejam até mesmo inacessíveis:

– Com a conectividade, é possível levar atendimento a essas populações. É uma plataforma de solidariedade.

Trabalho voluntário sem sair de casa

Exemplos não faltam. Desde o início do ano, o casal Bruna Teles, 24 anos, e Fábio Kreusch, 26, gerencia o site Observatório Social de São José, na Grande Florianópolis. A entidade sem fins lucrativos está voltada para a fiscalização dos gastos da cidade. Bruna e Fábio são cadastrados no Voluntários Online, que promove o intercâmbio entre quem está interessados em ajudar em algum projeto com as entidades que precisam de voluntários. Enquanto Bruna, estudante de design gráfico, se dedica ao visual, o namorado, analista de sistemas, trabalha com a programação.

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Como é fonte de informações, o site se tornou ferramenta importante. Para os voluntários, além da satisfação de ajudar, o trabalho beneficiou o currículo. Mas a realização do plano não seria possível sem o computador.

– Trabalhamos a semana toda, temos vários compromissos, fica difícil fazer trabalho voluntário presencial. O computador foi uma maneira de fazermos isto em casa – conta Fábio.