Diante de queixas em geral, da ausência ou demora de grandes feitos e da alegada penúria financeira da qual falam administradores, fica a sensação do abacaxi gigante que é gerir cidades e Estados e cresce uma curiosidade: como, ainda assim, multiplicam-se os candidatos à função? A maioria milagreira a oferecer a mística bula da panaceia. Se ainda não ofereceu, oferecerá. Ontem, leu-se neste matutino que 30 partidos podem participar do processo eleitoral de outubro em Joinville. Cada um com seu tamanho, conta a apresentar e barganhas a barganhar.

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No fim de semana, leu-se também que da estrutura de pessoal da Prefeitura de Joinville neste ano, foram cortadas 329 pessoas, entre contratados temporários e estagiários. É força de mão de obra razoável tirada de cena. Não é um buraco pequeno criado em escolas e na saúde, por exemplo – certamente que há outras áreas. Um grupo puxou por este assunto numa reunião regada a quitutes juninos na noite de sábado.

Conclusão da roda em que estávamos: cortou-se gente que trabalha e cumpre jornadas porque não tem as garantias e os vícios de uma minoria que a isso se agarra no serviço público. Conclusão nº 2: reaparece a tese do cobertor curto. Cobre-se a cabeça na questão econômica, mas destapam-se os pés dos serviços.

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Os Estados devem até as calças. Também isso se noticia. Fala-se em prazos para pagamento a perder de vista, carências e desconto. Se fosse tão simples assim para todos no balcão da loja, carnê à mão. Cava-se o poço sem fundo. Daqui a 30 anos, novas gerações continuarão a ouvir falar sobre dificuldades de se tocar a máquina.