A ideia de “cabeça gorda” ou “cabeça magra” é usada pelo Centro de Recuperação e Estudos da Obesidade (Creeo) no tratamento do excesso de peso. Trata-se de considerar o peso como resultado não só do que se come em relação ao que se gasta por meio de atividades físicas, mas também como reflexo do comportamento.
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De acordo com o fundador do Creeo – que utiliza a dieta aliada ao tratamento em grupos com psicólogos – Marcelo Kessler, o que diferencia uma pessoa que está com peso adequado de uma que está com sobrepeso não são só os quilos, mas também o papel da comida na sua vida.
– Assim como quem usa drogas, o obeso pode usar a comida para lidar melhor com ansiedades, angústias, depressão e outros estados de humor – comenta.
Segundo a psicóloga do Creeo, Juliana Martins Costa, fazer escolhas com a “cabeça gorda” é como fazê-las alcoolizado.
– A pessoa perde um pouco a lucidez e passa a pensar intoxicadamente, quando se espera mais do que o prazer do sabor: uma compensação emocional – explica a psicóloga.
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Para a “cabeça magra”, a comida não representa muito mais do que um alimento necessário para o organismo, escolhendo o que é melhor para si, e não somente o que é mais saboroso. Para a “cabeça gorda” liberdade significa não ter limites, para a “cabeça magra”, liberdade é a possibilidade de poder escolher dizer não, consciente dos efeitos do excesso no organismo.
O processo de emagrecimento, sob essa perspectiva, vai além de seguir uma dieta, passa por uma reorganização de comportamento em relação à alimentação.