Foi um dia de Geni para as operadoras de telefonia móvel ontem em Porto Alegre.
Continua depois da publicidade
Em audiência pública na Assembleia, autoridades e órgãos de defesa do consumidor bombardearam de críticas e cobranças os representantes das quatro empresas que atuam no Estado. Nem o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Batista Rezende, escapou da pressão.
Ao circular a informação trazida pelo deputado estadual Ernani Polo (PP) – e confirmada pela Anatel – de que o faturamento do setor cresceu 237% nos últimos 10 anos, enquanto os investimentos subiram apenas 63%, participantes do debate passaram a questionar por que as companhias não acabaram com problemas como queda nas ligações, demora no atendimento em call centers e cobranças indevidas – principais reclamações de clientes.
– É inadmissível que um serviço que tenha concessão pública não cumpra os padrões de qualidade – disse Cláudio Lamachia, presidente da OAB/RS, entidade que em julho solicitou ao Procon de Porto Alegre a proibição da venda de habilitações de celulares, pedido que foi atendido na Capital.
Diretor executivo do SindiTelebrasil, que representa as operadoras, Eduardo Levy explicou que os investimentos não cresceram na mesma proporção porque as tecnologias utilizadas na transmissão se tornaram mais baratas. Para Levy, as legislações municipais restringem a instalação de antenas que poderiam reduzir os pontos onde não há sinal e a sobrecarga na rede:
Continua depois da publicidade
– As empresas estão antecipando investimentos para melhorar a qualidade, mas muitas vezes esbarram em leis municipais. Em Porto Alegre, havia 31 pedidos de instalação de antenas que só agora começam a ser atendidos.
Em meio à apresentação de Levy, a diretora executiva do Procon da Capital, Flávia do Canto Pereira, assumiu o microfone para criticar a falta de detalhamento nos projetos das operadoras e a postura de jogar a culpa do sinal ruim sobre as legislações municipais:
– Se as operadoras permanecerem com esse discurso, não chegaremos a lugar nenhum, e o serviço continuará com problemas.