O número de mortos encontrados em Brumadinho chegou a 58, informou o governo de Minas Gerais no início da noite deste domingo (27). Subiu para 305 o número de desaparecidos, de acordo com a Vale, responsável pela barragem que se rompeu e deixou um rastro de destruição. Nenhum sobrevivente foi encontrado neste domingo — 192 pessoas foram resgatadas desde sexta (25).
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Neste domingo os bombeiros iniciaram a evacuação de comunidades de Brumadinho após a constatação de que uma quarta barragem da Vale apresentava risco iminente de rompimento. Um alarme de aviso sobre rompimento de barragem soou às 5h30. A possibilidade de um novo rompimento foi descartada depois.
A barragem 1, que se rompeu, é uma estrutura de porte médio para a contenção de rejeitos e estava desativada. Seu risco era avaliado como baixo, mas o dano potencial em caso de acidente era alto.
Uma outra barragem, a de número 6, agora está sendo monitorada a cada uma hora pela Vale, junto com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Bombas estão sendo usadas para fazer a drenagem e reduzir a quantidade de água, evitando novos problemas.
Neste domingo, aconteceram os primeiros enterros de vítimas do rompimento da barragem de rejeitos da Vale.
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Há três cemitérios em Brumadinho. Dois são municipais: o Cemitério Velho e o Parque das Rosas. Um terceiro, Brumado, é privado. Por serem os mais antigos, a maioria dos enterros devem acontecer nos dois primeiros, onde as famílias tradicionalmente mantêm jazigos.
Polícia investiga responsáveis pelo rompimento de barragem
Cerca de 460 pessoas procuraram a polícia em busca de parentes desaparecidos, segundo informações divulgadas pelo chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Wagner Pinto de Souza, neste domingo.
Segundo o delegado, o inquérito policial que investiga responsabilidades pelo desastre ambiental foi instaurado ainda na sexta-feira (25), dia do rompimento da barragem.
— Estamos arregimentando o máximo de informações e estamos preocupados com a parte da perícia criminal. Já estamos fazendo o nosso trabalho, dentro da arregimentação das provas técnicas, das provas documentais e também das provas testemunhais.
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Justiça bloqueia valores da Vale
A Justiça mineira determinou o terceiro bloqueio de valores da mineradora Vale desde o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), na tarde de sexta-feira (25). No total, até o momento, a empresa responsável pelo empreendimento terá que dispor de pelo menos R$ 11 bilhões para ressarcir danos e perdas de forma geral.
Esse último pedido acatado pela Justiça, sábado (26), foi apresentado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que definiu que o valor de R$ 5 bilhões seria exclusivamente para garantir reparação de danos causados às vítimas.