Uma adolescente que se encontra sob a proteção do Estado desapareceu na noite de sexta-feira, de dentro do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Até às 19h de ontem, não havia sido localizada. sumiço foi registrado na 5ª Delegacia de Polícia, no Bairro Agronômica.
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O Conselho Tutelar, que acompanha o caso desde a internação, e a Vara da Infância e Juventude da Capital foram avisados. Por não ter a família localizada, a menina tem o Estado como o seu guardião. A adolescente tem 14 anos e ocupava sozinha um dos apartamentos. Na tarde de sexta-feira, ela teria tentado escapar por uma das cinco portarias do hospital. Foi impedida por funcionários, mas prometeu que iria fugir.
– Não sabemos se ela conseguiu sair por uma das portas. Apesar da idade, ela é um tipo mirrado e pode ter pulado uma das janelas – conta Lucia Regina Schultz, diretora técnica do Joana de Gusmão.
O hospital tem câmeras, mas de acordo com a diretora técnica, não são suficientes para cobrir todas as áreas. A adolescente costuma “passear” pelo hospital, onde vive há sete meses, sendo conhecida dos funcionários. A sua história, considerada “estranha” para alguns, é do conhecimento de praticamente todos.
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Ontem à tarde, um deles teria recebido um telefonema da menina, dado do seu celular, informando que iria voltar. A delegada Juliana Gomes, da 6ª Delegacia de Polícia de Proteção à Criança e ao Adolescente, investiga o caso. Por se tratar de um caso envolvendo menor de 18 anos, a policial preferiu não se manifestar. O desaparecimento de um paciente de dentro de um hospital infantil já seria grave, mas o caso chama mais atenção ainda por envolver uma adolescente de vulnerabilidade.
Desde que chegou ao hospital, em 25 de novembro do ano passado, a situação envolve até a Organização Internacional de Polícia Criminal, conhecida como Interpol. Coube à Polícia Federal pedir ajuda à Interpol pela suspeita de exploração sexual e tráfico internacional. A menina contou ter estado em Estocolmo, capital da Suécia, em um caso de facilitação no processo de adoção. Sua origem seria um Estado do Norte do país. A adolescente já teve quadro de depressão e anorexia.
Alguns relatos indicam a possibilidade de agravamento de um quadro psiquiátrico. Ontem à tarde, a promotora Cristiana Böel, da 9ª Promotoria da Infância, informou que “a rede de proteção foi acionada para que a menina seja protegida”.
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