O Banco Central (BC) informou, por meio de relatório divulgado na sexta-feira, que os bancos públicos cobraram spreads bancários maiores que os concorrentes privados entre 2004 e 2007. A situação só se inverteu em 2008, quando o governo pressionou os bancos estatais a liderarem o processo de redução de juros.

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Por isso, a margem das instituições públicas foi menor que a dos bancos comerciais pela primeira vez em cinco anos. O spread representa a diferença entre os custos de captação dos bancos e o que é realmente cobrado dos clientes em operações de crédito.

Pelo levantamento anual apresentado,instituições como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal já cobraram margem quase 20% mais cara que a dos privados. Em 2004, no início da pesquisa, o spread dos bancos públicos era de 39,6 pontos e o dos privados, de 34,5 pontos. No ano seguinte, a diferença aumentou ainda mais: 41,5 pontos nos estatais e 34,9 pontos nos comerciais. Dessa forma, instituições públicas praticavam spread 19% mais alto que o dos concorrentes.

A situação só se inverteu no ano passado, quando o governo federal passou a usar os bancos públicos para incentivar o crédito em meio à crise financeira. O plano passava pela redução dos spreads bancários e dos juros ao consumidor. Com essa estratégia, o spread dos públicos ficou em 37 pontos, abaixo dos 40,9 pontos do spread dos privados.

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