Apesar da série de filmes de José Mojica Marins com o personagem Zé do Caixão e, mais recentemente, com os títulos de jovens realizadores como Rodrigo Aragão – diretor de Mangue Negro (2008) e A Noite do Chupacabras (2011) -, o terror ainda é marginal no cinema brasileiro.
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Em Isolados, o diretor Tomas Portella leva para a tela os códigos desse gênero a fim de provocar sustos e medo, contando a história de um casal hospedado em uma casa na serra fluminense enquanto uma sequência de ataques violentos a mulheres assombra a região. O que seria uma espécie de lua de mel torna-se um pesadelo para o psiquiatra Lauro (Bruno Gagliasso, que também estrela a série “Dupla Identidade“) e Renata (Regiane Alves), instável artista plástica que sofre de Síndrome de Cotard – uma condição médica na qual a pessoa acredita estar morta. Trancados no lúgubre casarão, Lauro e Renata esperam pela suposta invasão dos psicopatas e enfrentam os próprios demônios internos.
– Desde o começo, o que Tomas queria era causar estranheza. O casal e a casa são estranhos – explicou Gagliasso durante coletiva no Festival de Gramado, onde o filme foi exibido fora da competição.
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Isolados foi o último trabalho de José Wilker (1944 – 2014) no cinema: o ator faz uma participação como um psiquiatra. O roteiro foi escrito por Mariana Vielmond, filha de Wilker.
Apesar de suas qualidades técnicas, especialmente a direção de fotografia de Gustavo Hadba e a direção de arte de Claudio Amaral Peixoto, Isolados não vai muito além da repetição de clichês do thriller psicológico, recauchutando referências a filmes como Sob o Domínio do Medo (1971), O Sexto Sentido (1999) e, especialmente, O Iluminado (1980).
SERVIÇO
“Isolados”
De Tomas Portella
Suspense, Brasil, 2014, 90min,
14 anos.
Em cartaz no circuito de cinemas