O calor de Barrnquilla derreteu os 100% de Tite nas Eliminatórias. Nesta terça-feira, sob mais de 40ºC, a Seleção Brasilera saiu na frente da Colômbia, mas cedeu o empate em 1 a 1. O resultado não alterou nada a vida do Brasil. Mas serviu como um bom teste, já que a partida foi em ambiente extremamente adverso. Assim como será contra a Bolívia, no dia 5 de outubro, nos 3,6 mil metros de altitude de La Paz, pela penúltima rodada.

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Imaginem o verão de Porto Alegre no auge, com aquela umidade elevada e o sol abrasador. Barranquilla, pelos relatos do repórter da Rádio Gaúcha Rodrigo Oliveira, é um pouquinho mais quente. Ou seja, uma sauna a céu aberto. Tão quente que, antes do jogo, alguns torcedores lá sucumbiram e recorreram ao ambulatório do Estádio Metropolitano. A seleção colombiana adotou como estratégia nas últimas Eliminatórias marcar seus jogos para Barranquilla no meio da tarde. Embora seja nas barbas do Caribe, o calor na cidade é sufocante.

O ambiente, é claro, afetou um pouco a qualidade do jogo. A Colômbia é um bom time. Cuadrado, James e Cardona formam um trio de respeito. Falcao García, embora com limitações físicas, é um centroavante de qualidade. A dupla de zaga tem Zapata, do Milan, e o jovem Davinson Sánchez, formado no Nacional-COL e que acaba de trocar o Ajax pelo Tottenham por 42 milhões de libras (R$ 170 milhões). Só que a Colômbia também é estrangeira em Barranquilla. Só dois jogadores dos 23 eram locais, os reservas Chará e Téo Gutiérrez, titulares do Junior, o time da cidade. Tanto é que antes do jogo vaporizadores e ventiladores amenizavam o calor no reservado dos mandantes..

A Seleção também sentia o calor. Willian e Neymar começaram bem vigiados, e Paulinho e Renato Augusto, pelo meio, e Daniel Alves e Filipe Luís, pelos flancos, não cosneguiam sair. Isolado, Firmino recuava para buscar o jogo no meio-campo. Uma amostra do sufoco de jogar em Barranquilla ficou nítida na imagem de Thiago Silva. Depois de afastar a bola para onde o nariz apontava em pase de James, apoiou a mão nos joelhos e puxou o ar. A imagem fechou nele e mostrou suas bochechas em brasa.

O jogo foi sem grandes emoções até os 16 minutos. Em escanteio cobrado por Willian, a zaga se atrapalhou e deixou a bola limpa para Fernandinho na área. Mas, desequilibrado, ele chutou de forma a permitir o bloqueio de Davinson Sánchez. A Colombia, aos poucos, tomou o controle das ações na intermediária. Aos 19, Falcão acionou Cardona, meia do Boca. Depois de cortar para o meio, ele chutou longe. Fernandinho, aos 22. errou a saída de bola, deu nos pés de James e armou contra-ataque. Depois de tabelar com Cardona, James, de dentro da área, chutou em cima de Alisson.

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Demorou quase meia hora para Neymar entrar, de fato no jogo. Foi depois da parada para hidratação. Quando ele entrou, foi para decidir. Aos 27, ele fez grande jogada, driblou Davinson Sánchez com o corpo e deixou a bola limpa para Firmino. O chute saiu mascado, mas suficiente para forçar Ospina a defesa elástica. No lance seguinte, o volante Aguilar tentou intimidá-lo com um soco na altura da cervical. A resposta veio no primeiro toque na bola: uma caneta em Aguilar. E ele não se ensaiou mais.

Havia mais de Neymar no primeiro tempo. Aos 33, Alisson o lanpou na reposição de bola. Ele limpou o lateral Arias quase sobre a linha e enveredou para a área. Diante de Ospina, tentou tirar do goleiro com arremate em curva. A bola passou perto. O primeiro tempo se encaminhava para o final com a modorra que o calor causa quando um intruso roubou a cena. Uma cadela vira-latas entrou no gramado e agitou a torcida. Foram dois minutos toureando funcionários do estádio. Até que saiu carregada, sob aplausos.

A vira-latas aqueceu a torcida para o que viria no minuto seguinte. Aos 46, Renato Augusto lançou Neymar na risca da área. De primeira, ele recuou para Willian. O chute de pé direito foi com o lado externo do pé, em curva, e entrou no ângulo. Um golaço.

A Colômbia voltou para o segundo tempo com Chará, o jogador da cidade, no lugar de Cuadrado. Ficou mais elétrica e ameaçou. Tanto que aos 10, James serviu Arias de calcanhar na direita. O cruzamento encontrou Falcão Garcia na área. Ele se antecipou a Marquinhos e fez, de cabeça, o 1 a 1. O gol empolgou os colombianos. Aos 14, James cobrou falta do lado da área, direto, e surpreendeu Alisson, que contou com a sorte: a bola bateu no poste, em seu pé e subiu o suficiente para Fernandinho afastar. Paulinho, aos 16, quase fez o 2 a 1.

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Tite colocou Gabriel Jesus no lugar de Firmino, apagado, e depois repetiu a troca da Arena, com Coutinho na vaga de Renato Augusto. Jose Pekerman chamou Teo Gutiérrez, o outro jogador de Barranquilla. Nada mudou.

ELIMINATÓRIAS — 16ª Rodada — 5/9/2017

Colômbia

Ospina

Arias

Zapata

Davinson Sánchez

Fabra (Tesillo, 38’/2º)

Carlos Sánchez

Abel Aguilar

Juan Cuadrado (Chará, int.)

James Rodríguez

Cardona (A) (Teo Gutiérrez, 26’/2º)

Falcão García

Técnico: Jose Pekerman

Brasil

Alisson

Daniel Alves (A)

Marquinhos

Thiago Silva

Filipe Luís

Fernandinho

Willian

Paulinho

Renato Augusto (Philippe Coutinho, 29’/2º)

Neymar

Roberto Firminho (Gabriel Jesus, 16’/2º)

Técnico: Tite

Gols: Willian (B), aos 46min do primeiro tempo. Falcao García, aos 10min, do segundo.

Arbitragem: Jesus Valenzuela, auxiliado por Carlos Lopez e Jorge Urrego.

Local: Estádio Metropolitano, em Barranquilla (COL)

*ZHESPORTES