A Secretaria de Estado de Segurança Pública de Santa Catarina (SSP-SC) inaugurou oficialmente nesta terça-feira a sua nova sede, no Bairro Capoeiras, em Florianópolis. O evento ocorreu sob forte aparato policial, com a presença até mesmo de homens do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope). Próximo ao novo complexo de três blocos também havia uma blitz da PM.

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O secretário da SSP, César Grubba, justificou que há 30 dias são feitas blitzes na região. Ao lado do prédio fica o Morro da Caixa, comunidade onde há constantes confrontos entre policiais e traficantes. O prédio também fica perto da comunidade do Monte Cristo, onde duas facções disputam espaços. O excesso de policiais na área próxima chamou atenção até mesma do governador Raimundo Colomno (PSD), que disse desconhecer quem havia organizado o aparato, mas que não havia necessidade de tamanha quantidade.

— Não vejo necessidade, ando na rua e não preciso de proteção, a não ser (em situação) anormal.

O novo complexo custou R$ 89 milhões e vai abrigar os comandos das polícias e de órgãos ligados à SSP como o Instituto Geral de Perícias (IGP). Nesta terça, porém, nem todos os andares estavam ocupados. Grubba garante que a ocupação total ocorrerá nos próximos dias com a chegada do setor de regulação da amu, que vai ocupar um andar que ainda está vazio.

Segundo o secretário, o novo complexo trará melhorias ao atendimento:

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— Haverá melhoria no atendimento ao cidadão, na concentração do seus órgãos. A secretaria não tinha identidade própria. São 600 servidores que trabalham nessas seis torres — descreveu Grubba.

Sobre as comunidades vulneráveis das proximidades, que apresentam problemas de criminalidade, o secretário diz que precisa haver integração de outras áreas para o atendimento à população local. Grubba ainda minimizou o crescimento do número de assassinatos em Santa Catarina. Para ele, o crescimento de 13% no primeiro semestre em comparação com 2016, é menor o que os 16% de aumento nacional.

— Florianópolis e o Estado não fogem à regra do panorama nacional. Apenas três cidades estão foram do índice de 10 mortes por cada 100 mil habitantes, que são Florianópolis, Joinville e Itajaí.

Impactos no policiamento

A SSP assegurou que a ativação do complexo aumentará a circulação de viaturas e policiais na região. A companhia de motos também está instalada no local com 10 motociclistas e efetivo de 15 PMs. Policiais militares do corpo temporário de inativos cuidarão da segurança física do complexo, que terá uma central de videomonitoramento.

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Também denominado de centro administrativo da SSP, o espaço começou a ser construído em 2012. Além da economia de R$ 2,8 milhões projetada por ano com o fim de alugueis em 19 pontos de Florianópolis, um outro objetivo foi o de integrar no local os comandos das polícias e órgãos de segurança estaduais. Há heliponto e as equipes do setor de inteligência estão concentradas no lugar.

Impasse na transferência de órgãos marcou construção

Houve um impasse e nem todos os comandos dos órgãos de segurança ficarão sediados em definitivo no complexo da SSP. A recusa mais emblemática envolveu a ida do comando-geral da Polícia Militar, o qual seguirá na sua sede histórica, na frente da praça Getúlio Vargas, região Central.

A SSP informou que todos os comandos contam com espaço no complexo, o que inclui comando-geral da Polícia Militar, delegacia geral da Polícia Civil, Instituto Geral de Perícias (IGP) e Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

A nova sede fica na Avenida Ivo Silveira, 1521, bairro Capoeiras.

Quem ocupará a nova sede:

* Secretaria de Segurança Pública

* Delegacia Geral da Polícia Civil

* PM (terá sala, mas o comando continuará sediado no Centro)

* Corpo de Bombeiros

* Detran

* Instituto Geral de Perícias (IGP)