Chapecó amanheceu em seu luto mais profundo, neste sábado, dia do velório coletivo dos jogadores, comissão técnica e dirigentes da Chapecoense, mortos na madrugada de terça-feira, na queda do avião que os levava a Medellín, para a decisão da Copa Sul-Americana.
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Chove. Muito. O céu também se apresentou em luto nessa manhã. Ainda assim, torcedores tomam as arquibancadas da Arena Condá, à espera da chegada dos caixões, que saíram sexta-feira de Medellín, em aviões da FAB. Michel Temer também virá. O presidente da República, que faria apenas uma homenagem às famílias das vítimas, em uma sala no aeroporto Serafim Enoss Bertaso, decidiu comparecer ao estádio. O público é longe dos 100 mil previstos, mas cerca de 5 mil pessoas já estão no Condá.
Nas ruas próximas ao estádio, quatro telões aguardam aqueles que não puderem acessar ao estádio. Centenas de paramédicos, médicos e enfermeiros estão na Arena e nas redondezas, a fim de atender quem eventualmente passe mal, devido à comoção.
Encorpada pela presença de outras torcidas, Atlético-PR, Cruzeiro, Bahia, Vitória, do Paysandu e, claro, do Atlético Nacional de Medellín, a torcida da Chapecoense entoa seus cânticos. Mas faz longas pausas. Não há clina para festa. Na rua, o radialista autônomo André Rhouglas, de Pontes Novas-MG, se “crucificou” na entrada da Arena Condá. Ele confeccionou uma cruz, com o nome de todos os mortos na tragédia de Medellín e, aos gritos, cobra justiça.
– Assassinos! Mataram nossos jovens. Que se faça justiça – bradava Rhouglas, que viajou dois dias de ônibus para chegar a Chapecó.
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A vigília segue no Condá. A dor também.