A realidade do Presídio Regional de Blumenau é conhecida pelo Estado. Por diversas vezes, autoridades do governo reconheceram que a unidade é a pior de Santa Catarina. Leandro Soares Lima, diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap) do Estado, foi um deles. Em entrevista ao Santa, ele admitiu que a resolução dos problemas apontados pelos defensores públicos só irá ocorrer com a construção do novo complexo penitenciário, que ficará em Blumenau. Mesmo assim, Lima prometeu ações pontuais para minimizar as dificuldades enfrentadas pelos detentos.

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Jornal de Santa Catarina – Estão previstas ações emergenciais no Presídio Regional de Blumenau?

Leandro Soares Lima – Cada situação que for apresentada (no relatório) será resolvida pontualmente. Algumas já foram encaminhadas a nós e estamos tomando providências. A maioria é relacionada à estrutura do prédio, antiga e inadequada. Só vamos resolver estas questões quando for construído o complexo penitenciário, que terá espaços corretos para condenados, presos provisórios e o pessoal do semiaberto.

Santa – Que questões serão resolvidas antes da construção do complexo?

Lima – Questões relacionadas à cozinha, onde será adotado mais controle dos alimentos, antes mal acondicionados. A situação de desentupimento de esgoto e situações sanitárias foram apontadas pra gente e atendemos. Agora, a administração da superpopulação a gente não vai poder resolver. Santa – E o fato do presídio ter somente um extintor de incêndio? Lima – Se lá tem só um, eu desconheço. Tenho conhecimento que todas as unidades foram incluídas na licitação para compra dos equipamentos.

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Santa – O que será feito na parte médica, em que houve reclamações?

Lima – Poucas coisas foram apresentadas para nós, por enquanto. Vazou para imprensa, mas não para nós. O atendimento que a prefeitura de Blumenau oferece é muito bom. Casos específicos que foram questionados nós encaminhamos para nova avaliação no Hospital Santo Antônio.

Santa – Relatos de maus-tratos e atendimento inadequado aos familiares chegaram a vocês?

Lima – Chegaram. E são coisas que conseguimos analisar. Prontamente encaminhamos as queixas ao diretor da unidade. Ele, inclusive, participou de uma reunião com os defensores e prometeu tomar medidas relacionadas a isso.