Um ato de covardia e sem explicação! Assim encaram parentes e amigos sobre a morte da comerciante Cátia Regina Silva, de 46 anos, morta a tiros quando voltava para casa em São Francisco do Sul, depois de uma viagem de negócios, na noite de quarta-feira (24). No velório, o silêncio e a tristeza se opõem a imagem que a empresária vai deixar para quem a conheceu: uma pessoa alegre, extrovertida e batalhadora.

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Nesta tarde, durante a despedida, o marido e a filha caçula dela seguiam em direção ao salão da Capela Mortuária do bairro Iririú, com um retrato de Cátia embaixo do braço, recebendo apoio. Em meio a dor, não havia clima para conversar ou levantar hipóteses sobre o que pode ter acontecido naquele dia. Apenas recordações e o sentimento de saudade eram expressados.

Juliana Torres, uma das sobrinhas de Cátia, guarda lembranças da convivência entre as duas desde que era pequena. Segundo ela, a tia era alegre, adorava festejar e curtir a vida e estava em uma ótima fase, realizando sonhos com a lojinha de roupas que havia montado há cerca de dois anos. Com a perda, a família se une agora para se apoiar e dar forças um para o outro, em busca de respostas.

— A forma como foi é difícil de aceitar. Estamos em busca de justiça e só vamos descansar quando isso acontecer — afirma.

A referência é a forma como as coisas aconteceram. Depois de voltar de uma viagem de ônibus em que fez compras junto a outros comerciantes da região para repor o estoque de sua loja de roupas, Cátia teria entrado em contato com a família e dito que estava seguindo pela BR-280, de Joinville para São Francisco do Sul, em seu carro, e estaria em casa em 20 minutos. Ela nunca chegou.

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Amigos e familiares ajudaram a procurar Cátia Regina

Cátia Regina Silva, vítima de homicídio quando retornava de viagem
Cátia Regina Silva, vítima de homicídio quando retornava de viagem (Foto: Salmo Duarte, A Notícia)

Segundo Fábio Santos, amigo de longa data e casado com uma das melhores amigas de Cátia, quando a família e os amigos perceberam o desaparecimento, a procuraram durante toda a madrugada de quinta-feira, jamais imaginando o desfecho descoberto horas depois.

Durante as investigações, a Polícia Civil localizou a mulher, já sem vida, em um área de mata próximo da rodovia, em Araquari. O corpo estava algemado à beiro do rio, com marcas de tiros aparentes na nuca. O carro usado pela vítima foi achado em outro ponto, queimado na Praia do Ervino, em São Francisco do Sul.

— Jamais imaginaríamos que aconteceria uma crueldade dessas com uma pessoa que não fazia mal a ninguém. Ela era extrovertida, trabalhadora, dedicada a família, e estava conquistando o espaço dela. Sempre teve uma vida difícil, mas vinha realizando os sonhos dela, de terminar de fazer a casa e dar um conforto para ela e as meninas. É difícil entender e fará uma falta enorme para nós — diz Fábio.

— Minha mulher, Juliana, foi na casa dela e a Cátia estava com brilho nos olhos, muito feliz com as conquistas recentes. A gente não entende os motivos da vida e temos fé que a polícia, que já está trabalhando, vai conseguir resolver logo esse crime — completa.

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A polícia ainda não divulgou detalhes da investigação, nem apontou possíveis causas para a morte.

“Estava feliz na última viagem”, contam amigos

Andréia Carvalho e Rafael De Lara lembram da última viagem de Cátia
Andréia Carvalho e Rafael De Lara lembram da última viagem de Cátia (Foto: Salmo Duarte, A Notícia)

De acordo com comerciantes que frequentemente tinham a companhia de Cátia Regina Silva nas viagens à São Paulo, ela deixava o carro na rodoviária de Joinville e seguia de ônibus quase toda terça-feira com o grupo para repor os estoques da loja. Na volta, passava as mercadorias para o carro e seguia para casa, em São Francisco do Sul. Assim deveria ter sido no retorno de quarta-feira.

Andréia Carvalho tem comércio em Jaraguá do Sul e passou o dia junto de Cátia, e recorda que a amiga estava alegre e não demonstrava qualquer preocupação ou medo. O mesmo disse o também comerciante Rafael de Lara. Os dois afirmam que nas viagens, a mulher era brincalhona e amiga de todos, não cultivava inimigos e fará falta.

— Viajávamos junto há um ano mais ou menos, toda terça-feira, e ela era alegre, positiva, ajudava os outros o tempo todo. Era humilde e muito simples. Não dá para acreditar que ela se for dessa forma. É uma amiga que vai ficar para sempre no coração — aponta Andréia.

— Na semana que vem, quando voltarmos a viajar eu não sei como será a reação em não tê-la ao nosso lado — lamenta Rafael.

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A despedida de Cátia Regina Silva se encerrou por volta das 16 horas desta sexta-feira (26) no Cemitério São Sebastião, em Joinville.

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