Depois de um susto enorme, Isadora Morales, que sofreu uma queda de 30 metros na Serra do Rio do Rastro, na tarde desse domingo, recupera-se no Hospital Infantil Seara do Bem, em Lages. A menina de oito anos continua no hospital em observação, apenas aguardando resultados de exames.

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Segundo a mãe, Sueli Fátima de Jesus, apesar de ter saído praticamente ilesa do acidente, a menina enfrentou minutos de pânico.

– Ela só gritava para nós que queria sair logo de lá, que estava assustada. Esperamos cerca de 50 minutos pelo resgate, foram momentos de desespero – relatou a mãe.

Quando chegou no hospital, Isadora passou por procedimentos básicos para verificar se havia algum ferimento mais grave, mas apenas uma sutura foi feita na cabeça de Isadora, que precisou levar cinco pontos. Além disso, um raio-X foi feito e ela ainda deve passar por uma tomografia nesta segunda-feira, apenas para a confirmação de que não houve nada mais grave internamente.

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A única reclamação de Isadora é uma dor do lado esquerdo do tórax, que deve ter sido provocada pelo impacto da queda. Segundo a menina, ela sentiu muito medo e não via a hora de sair de lá para rever os pais. Abraçada a um coelhinho de pelúcia, o “Chocolate”, Isadora conta com tristeza que das duas bonecas que levava consigo no passeio, uma não teve a mesma sorte que ela.

Sueli Fátima de Jesus, mãe de Isadora e professora na cidade de Lages, lembra que a queda aconteceu num momento de rápida distração dela e do pai, Humberto Morales.

:: Confira vídeo com mãe de Isadora explicando como aconteceu acidente

Diário Catarinense – O que a família estava fazendo no local na hora do acidente?

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Sueli Fátima de Jesus – Como ontem o dia estava muito bonito, resolvemos levar a Isadora para conhecer a Serra, já que é um lugar tão bonito e perto, e ela ainda não conhecia. Fomos eu, ela e meu marido Humberto Morales. Visitamos o mirante e depois nos deslocamos para esse local, que fica do lado esquerdo da Serra, de onde se pode observar bem as curvas. Havia muitos turistas, como nós, fazendo o mesmo trajeto. Já estávamos voltando do passeio e a Isadora estava do nosso lado andando, quando de repente ela simplesmente desapareceu e nos demos conta que ela tinha caído penhasco abaixo.

DC – Quem foi a primeira pessoa que viu o acidente e o que fez?

Sueli – O primeiro que viu foi meu marido, Humberto. Ele ficou desesperado e quis se atirar do penhasco junto com ela. Acho que foi Deus que não permitiu, teria sido pior. O que nos tranquilizou um pouco foi o fato de ouvirmos a voz dela gritando que queria sair de lá, nessa hora percebemos que ela estava viva. Ela parou de cair porque se segurou na vegetação e havia uma pedra na ribanceira, onde ela pode se firmar.

DC – Qual foi a primeira atitude dos pais?

Sueli – A minha, em especial, foi começar a gritar por socorro. Mas lá não há nenhuma estrutura para esses casos. Na praia temos o guarda-vidas, mas lá não há ninguém para socorrer uma vítima. Eu não sei quem, mas algum turista chamou os bombeiros, nós não estávamos em condições de chamar. Eles vieram de Orleans, demoraram cerca de uma hora para chegarem. Imagine nós, pais, numa situação como aquela, ter que tranquilizar uma criança de 8 anos que está pendurada num penhasco.

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DC – E o resgate, como foi?

Sueli – Muita gente ajudou. O resgate demorou cerca de 30 minutos, e graças a Deus tudo deu certo, e ela saiu praticamente ilesa daquele pesadelo. Eu atribuo isso a um milagre, porque só isso pode tirar com vida uma pessoa daquele lugar.

DC – Qual a sensação agora?

Sueli – É de alívio. O desespero passou e nós só queremos esquecer tudo isso, porque foi horrível para todos nós. O pior ainda é pensar que minha filha não foi a primeira vítima a sofrer um acidente como esse (em outubro de 2012, Gilson Rufino sofreu uma queda parecida e ficou por 8 horas preso em uma rocha que o salvou do precipício) e não vai ser a última, já que o local não é preparado. Se o local foi proibido para visitação, acho que deveriam haver placas alertando o perigo e que a área é restrita.

Vídeo mostra momentos após resgate. Crédito: Wagner Urbano/Divulgação

Confira fotos do resgate de Isadora: