A assinatura da ordem de serviço para os primeiros seis quilômetros da duplicação da BR-280 no lote 1, entre São Francisco do Sul e Araquari, reacende a expectativa de comerciantes e usuários da rodovia de que a obra resolva os gargalos no trânsito nas proximidades do Instituto Federal Catarinense (IFC). A estrada é rota de moradores locais, de caminhões em direção ao Porto de São Francisco do Sul e de turistas que rumam às praias da região.

Continua depois da publicidade

Duplicação da BR-280 é liberada em Araquari depois de mais de três anos de espera

Reivindicação antiga tanto comunitária quanto de autoridades, o aval para iniciar a duplicação da via foi confirmado nesta quarta-feira (11), quase 1,3 mil dias depois da homologação da vencedora da licitação de outubro de 2014, para o início dos serviços. O canetaço vem das mãos do novo ministro dos Transportes, Valter Cassimiro, em Brasília.

De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), as obras no lote 1 na BR-280 entre os dois municípios compreendem um trecho de 36 km, por onde trafegam diariamente cerca de 15 mil veículos. No entanto, devido a escassez de recursos (montante atualizado que ultrapassa R$ 370 milhões), o orçamento liberado é de R$ 22,5 milhões e vai possibilitar à duplicação inicial de seis quilômetros, entre o Km 21 e o Km 32. As obras já confirmadas terão início imediato pela empresa Construcap e possuem aporte proveniente do Ministério dos Transportes.

No trecho já contemplado o Dnit, em Santa Catarina, prevê a implantação de 3ª faixa entre o km 21 e o km 24 e entre o km 29 e o km 32, além de três rótulas completas nos principais cruzamentos, e rua lateral entre o km 24 e o km 29. Deve ser feita ainda a construção de um viaduto em frente ao Colégio Agrícola e duas passarelas – em frente à escola municipal Amaro Coelho e na atual travessia de pedestres do km 24,6. O prazo contratual é de três anos e depende da disponibilização dos recursos necessários.

Continua depois da publicidade

O DNIT informa que a duplicação da rodovia BR-280, numa extensão de 73,88 Km, foi dividida em três lotes. O Lote 1 que inicia agora, compreende o trecho de 36 Km entre São Francisco do Sul e a BR-101-SC; o Lote 2.1 está com 27% das obras executadas e vai da BR-101-SC a Guaramirim, num total de 14,1 Km de extensão; já o Lote 2.2 tem 23,9 Km e vai de Guaramirim a Jaraguá do Sul.

Moradores convivem com expectativa da obra sair do papel

Para quem utiliza diariamente a rodovia na vila próxima ao Colégio Agrícola, a novidade ainda gera descrença tendo em vista o tempo entre o anúncio da duplicação e a garantia dos primeiros recursos. O ditado “só acredito vendo” é comum entre moradores, comerciantes e motoristas locais.

— Há mais de quatro anos já dei entrevista sobre a duplicação da BR-280 e até agora não saiu do papel, então ainda não estou acreditando, porque é uma necessidade que estamos esperando há anos. Dizem que vai sair, mas não começa, quando começar vai melhorar e muito a situação do trânsito neste trecho — destaca Railde Ticianelli, comerciante às margens da rodovia há 17 anos.

Para Cicero Cristiano Custódio, que há sete anos transita pela estrada, a escolha do trecho próximo ao Instituto Federal é acertada, porque o gargalo no trânsito é diário. Segundo ele, os problemas envolvem não só o alto fluxo de caminhões sentido Porto de São Francisco, mas também o entra e sai de carros das vias laterais à BR, a tentativa de travessia pelos pedestres, que residem na vila, e a redução de velocidade dos motoristas por conta das lombadas eletrônicas instaladas no trajeto.

Continua depois da publicidade

— Do trevo do Itinga até à última lombada eletrônica, perto da delegacia, há bastante congestionamento. O período mais complicado é entre 16h e 19h, quando às vezes é melhor esticar o tempo no trabalho até às 20h e ir para casa sem trânsito do que ficar até duas horas dentro do carro — explica.

Segundo ele, além da duplicação ser esperada para resolver essa situação, é necessário investir em uma passarela para os pedestres, que se arriscam em meio aos carros para chegar até os mercados e serviços locais – concentrados na via direita, sentido litoral.

— É uma necessidade também, porque aqui (imediações do IFC) é uma vila, então tem muito perigo não só para os motoristas, mas para os pedestres que tentam atravessar e os veículos não dão vez. Então, essa passarela é o ideal para termos ganho de fluxo e para a segurança das pessoas — aponta Custódio.

Outra dúvida é quanto as laterais da via que dão acesso ao comércio. Comerciante há 26 anos às margens da BR-280, Silvério Marino Back, acredita que a duplicação venha a contribuir ainda mais para o desenvolvimento da região. “A movimentação de máquinas durante as obras também são contornáveis”, considera. Porém, diz ser necessário garantir que não sejam fechadas as passagens para as marginais existentes.

Continua depois da publicidade

— É uma reivindicação antiga e os transtornos fazem parte do trabalho, então o maquinário não incomoda. O que eles não podem fazer é trancar a entrada da marginal para os veículos, porque os comerciantes precisam continuar abertos para se sustentar — avalia.

De acordo com o DNIT, a empresa responsável pela duplicação já está se mobilizando para o início da obra e vem sendo orientada a interferir o menos possível no tráfego intenso do local.

Leia mais

Confira mais notícias de Joinville e região no NSC Total