Aos 36 anos e com oito títulos mundiais no currículo, Kelly Slater voltou a reinar na Califórnia. O octacampeão mundial venceu nesta quinta-feira a etapa do WCT em Trestles de forma espetacular. Depois de estar em combinação – situação mais adversa para um surfista -, ele virou a bateria contra o australiano Taj Burrow. Tirou uma nota 9,27 a 1m07 do fim. Não apenas garantiu o tricampeonato da etapa – somando agora 39 triunfos na carreira -, como deu um grande passo para a conquista o nono caneco do Circuito Mundial. Agora são cinco triunfos em sete etapas disputadas em 2008.
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A disputa
Slater vinha de uma vitória sobre o compatriota Bobby Martinez, nas quartas, e uma sobre o australiano Bede Durbidge. Este, por sinal, era, naquele momento, o surfista que mais estava em sua cola. Taj, por sua vez, disputou uma bateria a mais. Passou pelo sul-africano Jordy Smith nas oitavas, depois despachou o brasileiro Heitor Alves e chegou à final ao derrotar o francês Jeremy Flores. Nos dois últimos confrontos, vitórias tranqüilas.
Embalado, Taj pegou a primeira onda boa da bateria. Slater precisava de 5,27, e tirou 8,17. O problema foi que o australiano achou uma bela direita logo atrás, e, sem piedade do melhor surfista de todos os tempos, arrancou um 9,63. Slater, pela primeira no ano, se encontrava em combinação. Era necessário trocar suas duas notas por uma soma de 18,64.
Ao sair do mar antes do fim da bateria, Kelly Slater é carregado pelos torcedores na areia O americano tinha tempo. Faltavam 20 minutos. A 15 do fim, conseguiu sair da combinação com a maior nota da bateria: 9,70. Agora, a busca era por um 8,93. Abusou de manobras em partes críticas de uma onda, e passou muito perto da virada: 8,33.
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A virada
Os locutores brincavam “Slater adora ficar em combinação”. Pareciam prever o que estava por vir. A 1m07s do fim, virada em grande estilo, com uma nota 9,27. Vitória por 18,97 a 18,63.
A Slater, coube agradecer a decisão dos organizadores de fazer a final em 35 minutos, e não em 30m.
– As séries estavam espaçadas. Se não a bateria fosse de 35 minutos, o Taj teria me vencido – conta.
A Taj, restou a lamentação.
– É meio frustrante sentar lá atrás e ver a onda que ele pegou – diz Taj.
Campeão apaixonado
Namorando desde o fim do ano passado uma jovem americana chamada Kalani, Kelly Slater fez um agradecimento especial não apenas a ela, mas também a seus “sogros”. Brincando, o americano da Flórida, que venceu a etapa de Trestles do Circuito Mundial (WCT) e se isolou ainda mais na liderança do ranking, disse que não teria como pagar hospedagem em um hotel na Califórnia.
– Quero agradecer à minha namorada e à família dela. Graças a eles eu tive onde dormir a semana toda. Não tinha como pagar um quarto, agora tenho – brincou o octacampeão, após receber o cheque de US$ 30 mil, cerca de R$ 50 mil – finalizou.
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Heitor Alves parou nas quartas
O melhor brasileiro foi o cearense Heitor Alves, que parou nas quartas-de-final. Adriano de Souza, o Mineirinho, perdeu na rodada anterior. Na terceira fase, ele tinha derrotado o gaúcho Rodrigo Dornelles, o Pedra. Com dores nas costas, o catarinense Neco Padaratz abandonou a etapa, nem chegando a disputar repescagem, fase em que o paranaense Jihad Kohdr foi eliminado.
As informações são do Globoesporte.com.