Kinshasa voltou à tranquilidade na manhã desta quarta-feira (21), após dois dias de saques e confrontos entre as forças de segurança e manifestantes, que deixaram entre 30 e 100 mortos – de acordo com fontes consultadas pela AFP.
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Pelo menos 32 pessoas morreram entre segunda e terça-feira pela violência, informou à imprensa o porta-voz da Polícia Nacional, coronel Pierre-Rombaut Mwana-Mputu.
Segundo o partido opositor União pela Democracia e Progresso Social (UDPS), os mortos foram “mais de uma centena”.
Esse é um dos piores incidentes na capital congolesa desde janeiro de 2015. Os manifestantes exigem a renúncia do presidente Joseph Kabila.
A Constituição proíbe Kabila, no cargo desde 2001, de voltar a se candidatar, mas o presidente não dá nenhum sinal de que pretende deixar o poder.
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Sua última reeleição em 2011 gerou grande polêmica, e dados os prazos, parece quase impossível organizar eleições antes de 20 de dezembro, a data oficial.
De manhã, o transporte público funcionava normalmente nos bairros do centro-oeste e do sul da capital da República Democrática do Congo. Ainda assim, as famílias preferiram continuar em suas casas até que a calma volte por completo.
“Não somos contra as pessoas reivindicarem seus direitos, mas o que me dói é arrombar e saquear” as lojas que podem dar emprego à grande maioria da população”, diz Christian, de 21 anos, na frente de uma loja de telefonia no bairro de Ndjili, no sul da capital, que foi saqueada.
A violência começou na segunda-feira pela manhã próximo a uma manifestação da oposição, a três meses e um dia do fim do mandato de Joseph Kabila.
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A manifestação se transformou rapidamente em um confronto com as forças de segurança, o qual durou até terça-feira, com a ocorrência de vários saques e atos de vandalismo.
“Não temos nenhum problema com Kabila, mas esperamos que diga publicamente que não vai se candidatar” outra vez e que “o presidente que for substituí-lo dê emprego para as pessoas”, diz Patrick.
Kabila, de 45 anos, chegou ao poder no início do século após o assassinato de seu pai, Laurent-Desiré Kabila.
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