As persistentes chuvas que caem em Santa Catarina desde o começo da semana provocam enchente em Rio do Sul e Blumenau. A situação faz os olhos se voltarem para o nível e condição das barragens de contenção de cheias no Alto Vale do Itajaí. 

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A região tem três estruturas para reter a água da chuva e minizar eventuais inundações, mas atualmente apenas uma delas opera completamente, a de Taió. 

A barragem de Ituporanga está com problema nas comportas e incialmente não seria ativada. Mas a previsão de chuva volumosa entre a tarde e a noite desta quarta-feira (4) fez o Estado mudar de decisão

Já a de José Boiteux segue inoperante. 

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Barragem de Ituporanga (Sul)

Tem capacidade de amazenar 104,03 hm³ de água (104,03 bilhões de litros) e o reservatório estava com 79,5% de ocupação às 18h30min desta quinta-feira (5). 

As cinco comportas ficaram abertas até a manhã desta quarta (4) devido a problemas de vedação em duas delas, o que comprometia a operação. Porém, perto do meio-dia, a previsão de cerca de 100 a 150 milímetros de chuva no Alto Vale levou a Defesa Civil a fechá-las. 

O governo do Estado fez dispensa de licitação para contratar a empresa que vai fazer o projeto para obra de recuperação das comportas, mas essa fase ainda não foi concluída. Três empresas demonstraram interesse, porém com valores acima do dobro previsto para essa etapa, que era estimada em R$ 100 mil. Além disso, também não conseguiram comprovar capacidade técnica de execução. 

A Defesa Civil aguarda a manifestação de outras empresas. ​

Barragem de Taió (Oeste)

Tem capacidade para 99,96 hm³ de água (99,96 bilhões de litros) e às 18h30min desta quinta (5) estava com 80,4% da capacidade ocupada. Todas as sete comportas estão fechadas desde o começo da terça (3), quando o nível do rio em Rio do Sul atingiu 3,75 metros. A cidade enfrenta uma enchente e tem quase 500 pessoas em abrigos. 

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Barragem de José Boiteux (Norte)

É a maior do Vale do Itajaí, com capacidade de 326 hm³ (326 bilhões de litros), mas não está funcionando desde 2014 por impasses que envolvem o governo e a comunidade indígena. Agora o governo do Estado conseguiu autorização para mexer no canal extravasor. A empresa está contratada e os trabalhos devem começar em breve. 

Porém, a reforma total da estrutura, parte fundamental para que seja reativada, ainda está travada. A obra é estimada em R$ 9,5 milhões, mas o governo Federal estaria oferecendo apenas R$ 5,5 milhões, segundo Busarello. 

O Estado teria se prontificado a pagar a diferença, mas por lei só poderia ajudar com até 20% do valor da obra. Para poder dar mais, a União teria de assinar um documento dizendo não ter condições de arcar com as despesas. 

De acordo com o secretário, o governo federal não quer assinar o documento e pediu à Defesa Civil de SC que mude o projeto da obra e retire alguns itens para baratear os custos. O que ficasse de fora o Estado pagaria com recursos próprios. Para o Estado, a opção não é viavél e impediria uma licitação única para a obra.

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Existe a possibilidade de operar a estrutura de forma improvisada, em caso de emergência, mas o governo do Estado não decidiu se fará isso. 

 > Acompanhe a situação das chuvas no Vale do Itajaí aqui <