Classificada com risco gravíssimo para coronavírus, a cidade de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, é alvo de dura cobrança feita pelo Ministério Público Federal (MPF) nesta quinta-feira (10). O órgão exige que prefeitura, Estado e União tomem medidas urgentes de enfrentamento à pandemia na região que está com 96,3% dos leitos de terapia intensiva (UTI) ocupados, mais da metade por pacientes em tratamento contra a covid-19.

Continua depois da publicidade

> SC passa de 15 para 14 regiões em risco gravíssimo para coronavírus

> Saiba como receber notícias do NSC Total no WhatsApp

Ajuizada pelo MPF, a ação assinada pelo procurador da República, Carlos Prola Júnior, estipula 72 horas para a criação de um plano de prevenção à propagação do vírus, que deve ser enviado à Justiça Federal dentro do prazo, e solicita, entre as medidas emergenciais, contratações de profissionais da saúde para o Hospital Regional do Oeste, em Chapecó, além de uma estratégia de fiscalização e da ampla divulgação das normas de prevenção ao coronavírus.

À União, o MPF pede que promova a imediata contratação temporária de dois médicos, cinco enfermeiros, dois farmacêuticos, cinco técnicos de enfermagem e 10 auxiliares, com habilitação na área intensivista, para que atuem no atendimento dos pacientes internados com covid-19. Se atendido o pedido, os contratos devem ter prazo de 90 dias, prorrogável por igual período. 

Continua depois da publicidade

 ​> Painel do Coronavírus: veja a situação do coronavírus em cada cidade de SC

Aos três entes federativos, o MPF requer uma estratégia de fiscalização “que preveja a aplicação das sanções cabíveis, administrativas, cíveis e criminais, bem como o estabelecimento de parcerias com as entidades locais (por exemplo, associação comercial e industrial do município), para apoio, inclusive logístico, para que possam ser adequadamente coibidas as práticas ilegais, juntando esse documento aos autos”.

Sobre a divulgação da verdadeira situação da doença na cidade e região, o órgão fiscalizador solicita que sejam incluídas, “de forma clara, transparente e facilmente acessível e compreensível, as normas de prevenção ao coronavírus, divulgando inclusive a existência de um plano de fiscalização do cumprimento dessas medidas, cujo descumprimento ensejará a aplicação das sanções cabíveis”.

> SC tem 13 hospitais com UTIs 100% lotadas

Por fim, a ação ainda pede a condenação da União ao pagamento, em favor do município de Chapecó, do valor de R$ 3.168.000,00 relativo ao custo adicional suportado pela falta de habilitação dos leitos de UTI covid-19 do Hospital Regional do Oeste (HRO) em diversos meses, com repasse desse valor ao hospital.

O que dizem prefeitura e Estado

Procurados pela reportagem, o governo estadual não se pronunciou. Já a prefeitura de Chapecó informou que foi notificado e que irá se manifestar nos autos dentro do prazo estabelecido. 

Continua depois da publicidade

Leia também:

Compra de vacina não pode repetir farra dos respiradores em SC

Britânica de 90 anos é a primeira ocidental vacinada contra o coronavírus

Professor da UFSC usa TikTok para tirar dúvidas sobre vacina contra Covid-19

SC passa de 15 para 14 regiões em risco gravíssimo para coronavírus