No fim de outubro, mais um passo em direção à compreensão dos rios e das cheias no Vale do Itapocu será dado. É para o fim deste mês que está previsto o lançamento de um site que irá unificar os dados de seis sistemas de monitoramento existentes na região. Para as equipes da Defesa Civil, será uma facilidade a mais na hora de conferir dados e antecipar fenômenos. Para estudiosos, uma chance de analisar informações completas sobre a bacia do rio Itapocu. Para a população, a possibilidade de conferir de casa a quantidade de chuvas e até a elevação do nível de alguns rios.

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O novo sistema está sendo elaborado pelo Comitê Itapocu. Cássio Rogério Eskelsen, da empresa blumenauense 3Geo, é o responsável pela programação do site e do sistema.

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– Temos estações na região e elas não se conversam. Quando há um fenômeno, a Defesa Civil tem que conferir cada um desses sistemas. E para quem faz estudos torna-se difícil. Então pensamos em reunir esses dados em uma única plataforma – explica Cássio.

Seis sistemas monitoram a região, cada um com número distinto de estações, que indicam quantidade de chuva ou o nível do rio. O comitê fez contato com os gestores de cada sistema, solicitando uma parceria para compartilhamento dos dados. Tudo será reunido e apresentado em um site, de acesso livre a toda a população. Será possível acompanhar as informações por meio de tabelas ou de um mapa da bacia hidrográfica.

A integração é o primeiro passo em favor de uma análise mais profunda que permita traçar um perfil do comportamento dos rios da região. Só então será possível um sistema preciso de alerta. Mesmo assim, a unificação dos dados deve facilitar o trabalho da Defesa Civil, que poderá fazer seus boletins à população. Outro ponto positivo é a possibilidade de criação de um histórico, que poderá ser usado para estudos sobre a bacia. Por enquanto, dois sistemas já liberaram os dados para o projeto e os demais estão nos ajustes burocráticos para liberação.

O valor para a elaboração do sistema veio do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro). Cerca de R$ 50 mil foram divididos entre o projeto de monitoramento e outras ações de prevenção de cheias, como um estudo de modelagem hidrológica em relação aos níveis de chuva, encomendado à Universidade Regional de Blumenau (Furb). O trabalho deve ser entregue até dezembro.

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Projeto prevê novas estações

Ao realizar os levantamentos para a integração dos sistemas, a equipe do comitê percebeu a carência de monitoramento em alguns pontos, especialmente nas cabeceiras dos rios. Para completar as informações e ter indicações mais precisas, um novo projeto foi criado, prevendo a instalação de oito novas estações de monitoramento. O projeto será apresentado na tarde desta terça-feira aos prefeitos da Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (Amvali). A proposta é que as prefeituras dividam os valores para compra e instalação dos novos equipamentos.

– Os prefeitos precisam entender que o monitoramento e a prevenção devem ser feitos de acordo com a bacia dos rios, não com o limite dos municípios – explica a bióloga do Comitê Itapocu, Anja Meder Steinbach.

– A Defesa Civil deve ser regional. Jaraguá do Sul depende da situação de Corupá. Guaramirim depende de Jaraguá e Schroeder – completa a analista de geoprocessamento do comitê, Karine Rosilene Holler.

As estações são previstas, principalmente, para pontos altos nas nascentes dos rios, permitindo acompanhar o fluxo de água desde o início. Os pontos escolhidos foram indicados por gestores da Defesa Civil da região e pelos membros do comitê.

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