O estudante de jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e ativista indígena Jucelino de Almeida Filho, de 27 anos, fundou o Portal de Saberes, site que reúne histórias e culturas da comunidade indígena Laklãnõ-Xokleng.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
A ideia do portal surgiu desde o momento em que Jucelino entrou na UFSC, em 2018, e se aprofundou com as disciplinas sobre reportagem em vídeo. Em 2019, ele conheceu a cineasta Bárbara Pettres, que o procurou para produzir um filme na terra Laklãnõ-Xokleng, para o Prêmio Catarinense de Cultura.
— Veio a ideia do edital e ela me perguntou o que eu queria levar para a comunidade. Eu disse que queria criar uma mídia que mostrasse tudo que tivéssemos de bom, tudo que produzíamos de conhecimento — diz Jucelino.
Inicialmente, o projeto pretendia reunir informações sobre todos os povos indígenas de Santa Catarina, mas o recursos financeiros eram escassos, então focaram em José Boiteux, no Alto Vale do Itajaí, local em que Jucelino foi registrado.
Continua depois da publicidade
— Por conta do recurso financeiro e também da logística, a gente acabou focando somente na cultura indígena Laklãnõ-Xokleng. Mas temos planos de expandir o portal. Quero levar ele para as outras comunidades do Brasil afora e também assessorar no que eles precisarem para que eles ganhem seus próprios editais das suas localidades — conta.
O Portal de Saberes foi bem visto não somente pela comunidade indígena mas como os professores da universidade.
— Os docentes de jornalismo da UFSC ficaram surpresos e adoraram, passaram para muitas pessoas — fala o estudante.
Devido ao alto nível, o projeto se expandiu, chegando ao conhecimento em outras cidades catarinenses e até mesmo outros estados.
Continua depois da publicidade
— Já foi apresentado em Brasília, São Paulo, Florianópolis e Chapecó — lista.
Quem é Jucelino
Jucelino de Almeida Filho, de 27 anos, nasceu em São Paulo e foi registrado em José José Boiteux, no Alto Vale do Itajaí. Ele foi criado junto às comunidades Guarani e Kaingang e às aldeias Bugio, Coqueiro, Figueira, Kóplág, Palmeiras, Pavão, Plipatól, Sede, Takaty e Toldo.
Ele carrega também a resistência do povo Laklãnõ-Xokleng, comunidade indígena que sofreu um grande massacre em 1904, quando os bugreiros – como eram chamados os matadores de indígenas no Vale do Itajaí – exterminaram todos que estavam lá.
Leia também
Atividades econômicas de SC ficam perto do zero a zero em agosto, apura o IBGE
Hotel pode recusar hospedagem? Entenda transfobia denunciada por cantora em Blumenau