Você sabe o que é feminismo? Basicamente feminismo é um movimento que luta pela igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres. Diferente do sistema patriarcado e do machismo, o feminismo não quer a supremacia feminina, ou seja, a dominação das mulheres, mas sim igualar o poder e dividir. A explicação é da pesquisadora Nicole Spohr, 32 anos, uma das fundadoras do site Fala Frida, que tem o objetivo de dar voz às mulheres através da escrita de relatos e poesia, além de falar sobre o feminismo.

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A plataforma foi criada há um ano e meio por três mulheres de Florianópolis: Nicole, a irmã Bianca Spohr e a amiga Carolina Leitão. Nicole explica que o objetivo do site é convidar todas as mulheres, de qualquer lugar do mundo, que queiram escrever sobre algum aspecto de sua vida.

— Queremos textos de mulheres comuns para que encontre dentro de si a sua forma de se expressar e a gente convida que se expresse pela escrita. Nós somos um meio de divulgação para as falas das mulheres.

Os textos podem ser em forma de relatos, poesias e contos que falem de diversos assuntos. O material é editado e publicado no site semanalmente. Falando em site, o nome da plataforma (Fala Frida) faz referência à artista plástica mexicana Frida Kahlo, que encontrou sua forma de se expressar através da pintura.

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— Acreditamos que escrever é uma forma de estar no mundo, é um ato político — diz Nicole.

Clubes de leitura

A necessidade de conversar com mulheres sobre feminismo e suas nuances, trocar experiências e impressões fez com que o grupo criasse, em junho deste ano, um clube de leitura feminista. São encontros mensais para uma roda de conversa que tem como fio condutor uma obra literária.

— A primeira coisa que fazemos é desmistificar o que é o feminismo e o que não é feminismo. O segundo passo é entender as nuances desse processo e de que mulheres estamos falando — explica Nicole.

Segundo ela, o trabalho de tentar olhar para a realidade de outras mulheres com histórias diferentes fez com que viesse a tona outra realidade envolvendo a diferença entre mulheres negras e brancas. Embora ambas lutem por mais espaço na sociedade, há um estigma sobre as mulheres negras de que elas não podem ser fracas.

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— Enquanto nós mulheres brancas estamos lutando para romper com esse ideal de fragilidade, de que a gente não pode fazer isso ou aquilo, de que não sejamos obrigadas a ser mãe, para as mulheres negras a conversa é completamente outra. Sobre elas recai totalmente o ideal de mulher forte, elas são guerreiras, elas não podem ser fracas, então é o oposto, se a gente está se empoderando, elas, por outro lado, me parece que estão tentando dar espaço para uma vulnerabilidade — explica Nicole.

Outro grupo que surgiu foi o clube de leitura toca das lobas, com o objetivo de falar sobre o sagrado feminino, sobre a força interna das mulheres. Neste clube, em cada encontro é discutido um capítulo do livro “Mulheres que correm com lobos”, da autora Clarissa Pinkola Estés.

— Se o clube de leitura feminista é mais voltado para questões sociais da mulher, por questões políticas, esse outro é mais para olhar para dentro, olhar para o sagrado feminino.

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Para participar dos encontros é só enviar um e-mail para falafrida@gmail.com, mandar uma mensagem pelo Instagram ou direto no site. Através do e-mail será informado o endereço dos encontros.

O próximo clube de leitura feminista acontece neste sábado, 20, das 9h às 12h, no bairro Itacorubi. O livro tema será “Ponciá Vicêncio”, da autora Conceição Evaristo. O clube de leitura toca das lobas tem o próximo encontro marcado para o dia 24 de outubro, a parir das 19h.

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