Foi-se o tempo em que os estudantes recebiam as notas e não questionavam as razões do professor. Hoje, a pontuação anotada no topo da prova não quer dizer muita coisa se o aluno não entende de verdade o que aconteceu. Pensando nesta transformação no perfil dos estudantes, o professor Walter Maldonado – o Waltinho, como é conhecido no universo dos pré-vestibulares – bolou uma forma de se ampliar as correções sem perder o contato com os alunos: um sistema online, no qual professores e estudantes podem interagir, perceber as deficiências do candidato e traçar formas de corrigi-las.

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A ideia é simples, mas abre um espaço inédito para correções em ambientes online. O sistema funciona da seguinte maneira: a redação do aluno é escaneada e enviada para um arquivo na internet, disponível apenas para os professores. Dois deles serão escolhidos para corrigir o texto.

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Em seguida, cada um faz sua análise e marca, no computador, os erros que encontra. Cada marcação, por sua vez, pode gerar uma janela com comentários como “erro de ortografia”, “faltou concordância”, “a vírgula está no lugar errado”, etc.

– O sistema faz uma correção infinitamente mais completa do que a “offline”. É diferente do vestibular e das correções tradicionais, onde você só recebe a nota e, no máximo, uma pequena marcação nos erros. Aqui, o corretor pode explicar o que está errado, porque está errado e como o aluno deverá corrigir o problema – explica Waltinho, professor do Curso Mais e do Sistema de Ensino Energia.

Atualmente, apenas o Mais – voltado à redação para vestibulares e concursos, em Florianópolis – utiliza o sistema, mas Waltinho acredita que seja possível adaptá-lo a praticamente qualquer tipo de curso. Segundo o professor, em um ano e meio já foram corrigidas mais de 7,5 mil redações pelo sistema.

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– Os alunos adoram o sistema porque ele deixa tudo bem explicado, é possível identificar os erros de forma bem mais objetiva. O método não automatiza as correções, mas pelo contrário, valoriza a sugestão dos professores: antes, o espaço só permitia se marcar um “X” vermelho, e agora o corretor pode explicar ao estudante exatamente o que aconteceu.

Com todos as observações marcadas, a equipe do Mais consegue ainda gerar um gráfico de desempenho misturando informações de todos os alunos, que dá indicações claras sobre o progresso das turmas. Assim, é possível se concentrar com mais firmeza nas áreas mais problemáticas. Neste ano, por exemplo, os professores diagnosticaram uma deficiência geral no uso das vírgulas, e com base nos gráficos, reservaram uma semana inteira para discutir apenas o assunto.